Covas: Mesmo com custo político, se técnicos recomendarem lockdown, vamos fazer

Covas: Mesmo com custo político, se técnicos recomendarem lockdown, vamos fazer

maio 12, 2020 Off Por JJ

Vista aérea da Avenida Paulista, na área central de São Paulo
Vista aérea da Avenida Paulista, na área central de São Paulo (Alexandre Schneider/Getty Images)

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), defendeu na manhã desta terça-feira, 12, medidas mais duras caso a população não respeite o isolamento social na cidade.

Nesta terça-feira, a taxa de isolamento social na cidade ficou em 49%, índice abaixo da meta mínima de 50% esperado pelo governo, mas o melhor resultado para um dia útil aferido nas duas últimas semanas.

Durante entrevista à GloboNews, Covas não descartou a possibilidade de lockdown. “Mesmo com o custo político, se chegar em um momento que os técnicos da saúde recomendem, nós vamos fazer. Mesmo com a dificuldade de fazer isso de forma isolada, uma cidade como São Paulo, onde não se vê a divisa entre São Paulo e São Caetano ou São Paulo e Guarulhos, as pessoas moram em uma cidade e trabalham em outra”, afirmou.

No entanto, Covas disse que de acordo com a realidade metropolitana de São Paulo, a medida terá mais efeito se for feita também pelos 39 prefeitos da região ou pelo Governo de São Paulo.

“A Prefeitura de São Paulo isoladamente decretar isso, o efeito não será o esperado, mas vamos seguir as recomendações”. Ele acrescenta que muitas cidades ficam próximas de bairros mais periféricos da capital paulista, “onde há mais casos de mortes pelo novo coronavírus”.

Sobre a ampliação do rodízio municipal de veículos na cidade, Covas considera como acertada a mudança. Segundo o prefeito, a cidade registrou índice de isolamento de 49,3% na segunda-feira, 11, no primeiro dia em que o rodízio ampliado entrou em vigor.

“O índice de isolamento, que era de 46% na sexta-feira, 8, foi de 49,3% nesta segunda-feira. E mostra que estamos no caminho de voltar aos 55% e 60%, que é o que nós tínhamos no início da quarentena. Voltando a este índice, a gente volta a suspender o rodízio na cidade de São Paulo. Quanto mais as pessoas colaborarem e ficarem dentro de casa, mais a gente pode falar sobre flexibilização. Quanto menos pessoas colaborarem, mais a gente precisa endurecer com as regras”, afirmou Covas.

De acordo com o prefeito, a restrição provocou a diminuição de 1,5 milhões de veículos nas ruas e acréscimo de 270 mil pessoas no transporte público municipal.

“Aumento de 6% no número de passageiros, acompanhado pelo aumento de 12% na frota de ônibus. Também estamos acompanhando o movimento nos trens (da CPTM) e do Metrô, de responsabilidade do Governo de SP”, justificou.

O prefeito de São Paulo voltou a dizer que a postura do presidente Jair Bolsonaro não colabora com o isolamento social necessário para conter o avanço da covid-19. “Se ele mostrasse para as pessoas o quanto é importante ficar em casa, já colaboraria bastante”.

Sobre o decreto editado pelo presidente e publicado em edição extra do Diário Oficial da União que considera salões de beleza, barbearias e academias como atividades essenciais, Covas disse que sua decisão será apresentada até quarta-feira, 13.

“Estamos verificando com o pessoal da vigilância sanitária se vamos abrir as atividades com algum protocolo de atendimento ou se não vamos levar em consideração o decreto presidencial sobre atividades que foram consideradas essenciais pelo presidente da República, como salões de beleza e academias”.

Nesta terça-feira, a Prefeitura de São Paulo publicou edital de chamamento público em que solicita 100 leitos de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) a hospitais privados da capital paulista.

“Tínhamos na cidade de São Paulo 507 leitos de UTI nos nossos 19 hospitais. Ampliamos em 790 leitos de UTI. Vamos chegar a uma ampliação total de 1.500. Com a parceria com o setor privado, acrescentar mais 800 leitos de UTI na capital. Para evitar, quem é tratado ou não. Conseguir, assim, taxa de 90% de pessoas que conseguem tratamento e ter alta depois”.

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