TRF5 suspende interdição ética no Hospital Universitário de Lagarto
setembro 22, 2022A juíza Fabiana Sanches Flores, do Tribunal Regional Federal da 5ª região (TRF/5ª), acatou o pedido de efeito suspensivo interposto pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra o Hospital Universitário de Lagarto, deferindo, assim, a suspensão da intervenção ética imposta pelo Conselho Regional de Medicina de Sergipe (Cremese).
Com a decisão judicial, o HU de Lagarto retoma os atendimentos de Pediatria e Clínica Médica da unidade hospitalar. “A medida imposta pelo Cremese ao hospital em questão impede o atendimento no município de Lagarto/SE, prejudicando sobretudo a população local. A decisão agravada entendeu pela inexistência de perigo de demora em virtude da proximidade de Aracaju, o que, contudo, acarretaria maior sobrecarga aos hospitais da capital, além de que, apesar de próximos os municípios, o transporte é essencial, ainda mais para pessoas enfermas, o que agrava a dificuldade de atendimento e o risco à saúde”, escreveu a magistrada.
Relembre
No dia 15 de setembro o Cremese realizou a interdição ética profissional de algumas áreas de atendimento no HU de Lagarto. Foram interditadas as áreas de Clínica Médica e Pediatria. Com a interdição ética dos serviços fica impossibilitado o atendimento médico dessas especialidades. Em julho deste ano, foi realizada uma reunião no Ministério Público Federal (MPF) para se discutir a situação crítica do hospital.
De acordo com o coordenador do setor de Fiscalização do Cremese, Dr. Alexandre Dantas, a interdição foi realizada após denúncias de profissionais da área médica. “Há vários meses recebemos denúncias de colegas médicos em relação a falta de escala, sobrecarga, superlotação, fomos fazer fiscalizações e encontramos um cenário muito preocupante. O hospital está sempre lotado, os corredores da área azul sempre cheios, o eixo crítico das áreas amarela e vermelhas sempre lotado com pacientes nos corredores desses setores e déficit na escala”, disse o coordenador à época.
por João Paulo Schneider