Ifix fecha sessão com ganhos de 0,09%; FII RECT11 é destaque de alta

O Ifix – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3 – fechou a sessão desta quinta-feira (15) com alta de 0,09%, aos 2.971 pontos. O fundo REC Renda Imobiliária(RECT11) liderou a lista das maiores altas do pregão, com elevação de 4,01%. Confira os demais destaques de hoje ao longo do Central de FIIs.

A sessão desta quinta-feira (15) começou com a maior bateria de distribuição de dividendos prevista para o mês. Considerando apenas os fundos incluídos no Ifix (índice dos FIIs mais negociados na Bolsa), 52 carteiras depositaram rendimentos aos cotistas hoje.

Os dividendos vão de R$ 0,06 a R$ 1,62 por cota, como é o caso do Urca Prime Renda (URPR11). O repasse do fundo representa um retorno mensal de 1,54%.

No mês passado, o Polo Crédito Imobiliário ( PORD11) foi o fundo com a maior taxa de retorno com dividendos (dividend yield) do período: 1,54%. Em setembro, a carteira pagou R$ 1,15 por cota, retorno de 1,18%.

Embora alguns fundos ofereçam dividendos ainda elevados, de forma geral, o dividend yield médio do Ifix caiu em agosto, de acordo com o Flow Imobiliário, relatório da mesa de fundos imobiliários da XP. Segundo o documento, a taxa caiu de 13,37% para 11,49% entre julho e agosto.

O resultado reflete o impacto da deflação apurada pelo IPCA nos dois meses sobre a distribuição de dividendos dos fundos de “papel”, que investem em títulos de renda fixa atrelados a índices de preços e à taxa do CDI (certificado de depósito interbancários). Quando a inflação e os juros sobem, os dividendos desses fundos tendem a crescer; quando os indicadores recuam, os rendimentos das carteiras também caem.

O relatório da XP, assinado pelos analistas Vinicius Duarte, Fernanda Pereira e Felipe Dreissig, também atribui a queda do dividend yield do Ifix à valorização dos fundos de “tijolo” – que investem diretamente em imóveis – e dos FoFs, que têm no patrimônio cotas de outros FIIs. As duas classes puxaram a alta de 5,76% do Ifix em agosto, a maior do ano.

Com o resultado do mês passado, a diferença entre o retorno com dividendos dos fundos imobiliários e os rendimentos dos títulos públicos atrelados à inflação (NTN-B) diminuiu.

Considerando a NTN-B com vencimento em 2035, título público de longo prazo emitido pelo governo federal, a diferença passou de 7,18 pontos percentuais em julho para 5,57 pontos percentuais em agosto, conforme sinaliza o gráfico abaixo:

Apesar do recuo do dividend yield do Ifix, a diferença atual em relação aos rendimentos da NTN-B com vencimento em 2035 se mantém acima da média histórica, de 3,38%, aponta o relatório da XP. Confira quais são os 52 fundos que distribuíram rendimentos nesta quinta-feira (15).

Maiores altas desta quinta-feira (15):

Maiores baixas desta quinta-feira (15):

Fonte: B3

TRXF11 vende loja locada pela Sodimac para o EVBI11 por R$ 73 milhões

O FII VBI Consumo Essencial firmou compromisso, nesta quarta-feira (14), para a compra de imóvel do TRX Real Estate (TRXF11), localizado em Ribeira Preto (SP) e locado atualmente para a Sodimac, empresa de comércio de material de construção e artigos para o lar.

O local possui uma área total construída de 14,6 mil metros quadrados e foi negociado por R$ 73 milhões, de acordo com comunicados divulgados pelas duas carteiras.

Pelo acordo, o VBI Consumo Essencial pagará uma parcela inicial de R$ 150 mil e o saldo remanescente será dividido em três parcelas de aproximadamente R$ 24,3 milhões. O fundo pretende realizar ofertas públicas para captar o recurso das duas últimas parcelas.

Caso o valor captado pelo VBI Consumo Essencial não seja suficiente para quitar o compromisso, o TRX Real Estate, concordou em subscrever cotas de EVBI11, completando o saldo remanescente do negócio.

Além das condições previstas no contrato, a concretização do negócio ainda depende da aprovação dos cotistas do fundo, que deverá ser formalizada em assembleia geral extraordinária (AGE).

Concretizada a transação, o FII VBI Consumo Essencial prevê um aumento na receita imobiliária do fundo de aproximadamente R$ 0,30 por cota.

Do lado do TRX Real Estate, o fundo calcula que o negócio representa um lucro de aproximadamente R$ 14,5 milhões, equivalente a um retorno de 16,15%.

O TRXF11 tem um portfólio composto por 50 imóveis, localizados em 13 estados. A área bruta locável (ABL) é de 459 mil metros quadrados, segundo último relatório gerencial.

Recentemente, o fundo assinou contrato para a aquisição de imóvel que abrigará a primeira loja da Leroy Merlin, em Salvador, na Bahia. A empresa do ramo de varejo se tornará locatária do espaço, que passará por obras de adaptação custeadas pelo fundo. O valor total do investimento será de R$ 106,7 milhões.

Já o VBI Consumo Essencial tem hoje cinco imóveis na carteira que, juntos, somam uma ABL de 27,7 mil metros quadrados. O patrimônio líquido do fundo é de R$ 139 milhões.

Giro imobiliário: oito FIIs com bons pontos de entrada mesmo com a recente valorização

O Ifix acumula oito semanas seguidas de ganhos e muitos fundos vistos com bons olhos em julho já não oferecem mais um bom ponto de entrada. Mesmo assim, especialistas consideram que há espaço para novas elevações e que ainda há oportunidades de investimento neste mercado.

O tema foi destaque da edição desta terça-feira (13) do Liga de FIIs, programa produzido pelo InfoMoney e que tem apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, Thiago Otuki, economista do Clube FII, e Wellington Carvalho, repórter do InfoMoney. 

No programa, os especialistas do Liga de FIIs discutiram o atual momento do mercado de fundos imobiliários, que teve em agosto o melhor mês do ano, com elevação de 5,76%. Além disso, Maria Fernanda e Otuki destacaram oito fundos ainda descontados e com bom potencial de valorização no médio e longo prazo.

Para a seleção dos FIIs, eles tomaram como base a taxa de retorno com dividendos das carteiras (dividend yield) nos últimos 12 meses e o P/VPA (preço sobre valor patrimonial), indicador usado para dimensionar o desconto oferecido pelo fundo.

O FII JS Real Estate Multigestão, por exemplo, tem sido negociado por 75% do valor patrimonial, ou seja, com um desconto de 25%, o maior entre os fundos citados por Maria Fernanda e Otuki. Confira a relação completa.

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