Carrefour tem queda de 17,7% do lucro e mais balanços; S&P rebaixa rating da Oi e outros destaques
maio 12, 2020A Itaúsa, holding que agrupa as empresas nas quais o Banco Itaú tem participação, reportou no 1º trimestre deste ano um lucro líquido não recorrente de R$ 1,01 bilhão – uma retração de 59,3% em comparação a igual período do ano passado. Os resultados da holding foram afetados pela queda no lucro do Itaú Unibanco, que aumentou suas provisões no período, por causa da epidemia do coronavírus.
O Carrefour Brasil, por sua vez, registrou no primeiro trimestre de 2020 queda de 17,7% no lucro líquido, para R$ 363 milhões, na comparação anual.
Já a Eletrobras anunciou ontem que vendeu 49% do capital social do parque eólico Mangue Seco 2 por R$ 33 milhões para o fundo Pirineus.
Carrefour Brasil (CRFB3)
O Carrefour Brasil registrou no primeiro trimestre de 2020 queda de 17,7% no lucro líquido, para R$ 363 milhões, na comparação anual. O lucro líquido ajustado, excluindo outras receitas e despesas, somou R$ 401 milhões no trimestre, recuo de 1,5% na comparação com o mesmo trimestre de 2019.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou R$ 1,115 bilhão, alta de 6,9% na comparação anual. O indicador exclui R$ 5 milhões em operações intragrupo, entre banco e varejo, e inclui despesas com funções globais.
O resultado financeiro líquido negativo no primeiro trimestre do ano cresceu 50,4% na comparação com o mesmo período de 2019, para R$ 176 milhões.
A receita líquida da filial brasileira da varejista francesa cresceu 12,2% no intervalo de janeiro a março deste ano, sobre o mesmo período de 2019, para R$ 14,42 bilhões.
O banco Itaú BBA avaliou como “levemente negativos” os resultados do 1º trimestre divulgados pelo Carrefour Brasil. Segundo o BBA, o Carrefour apresentou lucratividade abaixo da esperada na divisão de varejo e também no “cash and carry”. No lado positivo, o BBA elogiou o avanço do comércio eletrônico. O Itaú BBA notou que a margem Ebitda do Atacadão chegou 50 pontos abaixo das projeções.
“O declínio na lucratividade pode ser atribuído à estratégia da empresa em investir nos preços, bem como a uma base de comparação forte no 1º trimestre de 2019”, avalia o BBA. “No final do trimestre, a chegada da epidemia da Covid-19 levou a um incremento no tíquete médio no varejo, mas a quarentena provocada pelo coronavírus desacelerou as vendas de combustíveis nos postos que funcionam nos hipermercados”. O aumento dos gastos operacionais para manter as lojas abertas durante a pandemia levou a uma contração de 0,20 pontos na margem Ebitda, para 4,6% (a estimativa do BBA era de 4,8%).
O BBA também notou que o aumento de 75% nas provisões no Banco Carrefour, a partir de março, afetou os resultados da divisão, que cresceu 3% sobre o 1º trimestre do ano passado. “Embora o Carrefour tenha mostrado um sólido crescimento trimestral nas mesmas lojas, a lucratividade chegou um pouco abaixo das nossas projeções”, conclui o BBA. O banco mantém a recomendação outperform – desempenho acima da média de mercado, e preço-alvo de R$ 26,00 para o papel CRFB3 em 2020.
A Itaúsa, holding do Itaú que agrupa as empresas nas quais o banco tem participação, apurou um lucro líquido de R$ 1,01 bilhão no 1º trimestre de 2020. O lucro teve uma retração de 59,3% em comparação a igual trimestre do ano passado. O patrimônio líquido da Itaúsa avançou 3,1% para R$ 51,9 bilhões no 1º trimestre deste ano, sobre igual período do ano passado. A capitalização de mercado da holding, que era de R$ 100 bilhões no 1º trimestre do ano passado, caiu para R$ 73,7 bilhões em igual período deste ano. Quando somadas as empresas financeiras e não financeiras da Itaúsa, o resultado recorrente foi de R$ 1,06 bilhão, uma soma 53,4% inferior ao 1º trimestre do ano passado.
Segundo a Itaúsa, a queda ocorreu por causa da retração do lucro “no Itaú Unibanco” resultante do aumento das provisões para perdas esperadas nas operações de crédito, a partir da 2ª quinzena de março, por causa da epidemia da Covid-19. O Itaú Unibanco teve lucro líquido de R$ 3,5 bilhões no 1º trimestre, uma redução de 47,8% em comparação ao mesmo período do ano passado. A Alpargatas obteve lucro líquido recorrente de R$ 48 milhões, enquanto a Duratex lucrou R$ 50,6 milhões no período. Já a NTS teve um lucro líquido de R$ 602 milhões no 1º trimestre, expansão de 11,9% sobre igual período do ano passado.
BTG Pactual (BPAC11)
O BTG Pactual registrou lucro líquido ajustado de R$ 789 milhões, alta de 9,4% em relação ao observado um ano antes. Ante o trimestre imediatamente anterior a queda foi de 22%.
A receita total, por sua vez, foi de R$ 1,52 bilhão, alta de 2,4% na base de comparação anual, mas queda de 39% na base de comparação trimestral. O retorno sobre o patrimônio anualizado foi de 14,5%, ante dado anterior de 15,1%.
Banrisul (BRSR6)
O Banrisul teve lucro líquido no primeiro trimestre de R$ 257,5 milhões, queda de 20% na base anual. Os empréstimos, por sua vez, subiram 5,5%, a R$ 36,19 bilhões.
O retorno médio sobre o patrimônio foi a 13,6%, ante 18,7% do mesmo período do ano passado. Já os ativos totais tiveram alta de 6,9%, a R$ 83,27 bilhões. As despesas com provisões subiram 3,9% na base de comparação anual, a R$ 296,6 milhões. O Banrisul ainda suspendeu as projeções para 2020. O banco ainda confirmou a negociação com o JPMorgan para assessorar a venda de cartões.
O banco Itaú BBA avaliou que a construtora Mitre, da capital paulista, apresentou resultados “neutros” para o 1º trimestre de 2020, em parte antecipados na prévia operacional da empresa no final de abril. “A receita líquida de R$ 48 milhões chegou estritamente em linha com as nossas estimativas, em expansão de 2% sobre o 1º trimestre de 2019. O resultado financeiro pior, com queda na margem Ebitda de 15,8% no 1º trimestre de 2019 para -3,9% no 1º trimestre de 2020, levou a um prejuízo de R$ 6 milhões, maior que a nossa projeção de R$ 1 milhão”, comentou o BBA.
A Mitre não realizou nenhum lançamento no 1º trimestre e não anunciou nenhum para o 2º trimestre até agora, mas na avaliação do BBA este fator não é negativo, dadas das condições difíceis do mercado. O banco ressaltou que a Mitre encerrou março com R$ 827 milhões em caixa, após sua oferta de ações na B3 no final de fevereiro. O BBA avalia que a empresa esta capitalizada para atravessar a recessão e realizar uma rápida retomada quando a economia mostrar sinais de melhora. O banco mantém a recomendação outperform – acima da média de mercado, com preço-alvo de R$ 17,70 para o papel MITR3 em 2020, uma alta de 82,1% sobre o fechamento de ontem na B3.
A Oi teve o rating rebaixado para B- pela S&P. A pandemia do Covid-19 deve resultar em recessão, com o PIB do Brasil se contraindo 4,6% em 2020, o que deve afetar os resultados da Oi, principalmente os negócios de
linhas pré-pagas e fixas, resultando em pressão sobre a receita média por usuário, diz a S&P em relatório.
A agência prevê que os desafios macroeconômicos impostos pela pandemia prejudiquem a geração de receita e fluxo de caixa da Oi, que, juntamente com uma depreciação material da moeda local, levarão a relação dívida/Ebitda para acima de 7 vezes.
“Além disso, esperamos que o Covid-19 aumente a incerteza em relação à venda de ativos não essenciais, dificultando uma parte essencial do plano de negócios da Oi”, disse a S&P. A perspectiva negativa reflete as restrições de fluxo de caixa e os desafios de execução no plano de investimentos da Oi (capex),
o que poderia limitar sua capacidade de reverter o declínio da receita nos próximos anos, diz o relatório.
A Eletrobras aprovou a venda de 49% do capital social no parque eólico Mangue Seco 2, por R$ 33 milhões, para o fundo de investimentos Pirineus. Segundo a Eletrobras, o fundo poderá pagar 15% a mais dependendo da geração futura de energia. Além disso, caso “algumas condições” previstas no acordo de acionistas se concretizem, o fundo Pirineus deverá pagar R$ 2 milhões sobre o valor de venda, o que amplia o negócio a R$ 35 milhões. O parque Mangue Seco 2 fica no município de Guamaré (RN).
BR Malls (BRML3)
A BR Malls informou na noite de ontem que mais dois dos seus shopping centers puderam reabrir e retomar as atividades no dia 9 de maio: o Catuaí Londrina e o Catuaí Maringá, nas duas cidades do Norte do Paraná. Segundo a empresa, os centros comerciais reabriram com horário reduzido, das 11h às 19h e das 11h às 20h, respectivamente, conforme as legislações municipais permitem, em meio à epidemia da Covid-19. No final de abril, a BR Malls reabriu o Shopping Iguatemi Caxias, em Caxias do Sul (RS) e o Shopping Campo Grande (MS).
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