Palanques e fundo eleitoral devem ter peso alto nessas eleições, e debates podem ficar para trás, projetam analistas
agosto 4, 2022A duas semanas do início do período de campanhas eleitorais, os principais candidatos à Presidência da República lançam nesta semana as últimas ofensivas para garantir uma forte base de apoio nos estados, recursos e espaço para divulgar ideias e defender legados.
Pelo calendário estabelecido pela Justiça Eleitoral, os partidos políticos têm até sexta-feira (5) para realizarem suas convenções para discutir alianças e candidaturas aos cargos do Poder Executivo e do Poder Legislativo em disputa, que precisarão ser formalizadas em dez dias.
Embora os postulantes ao Palácio do Planalto se esforcem em busca de competitividade a partir dos mais diversos instrumentos de campanha, analistas políticos acreditam que uns poderão ter impacto maior sobre a decisão de voto do eleitor em outubro do que outros.
É o que mostra a 38ª edição do Barômetro do Poder, iniciativa do InfoMoney que compila mensalmente as avaliações e expectativas de consultorias de análise de risco político e especialistas independentes sobre alguns dos assuntos em destaque na política nacional.
O levantamento, realizado nos dias 28 e 29 de julho, revela que especialistas veem na estruturação de palanques fortes nos estados e com capilaridade nos municípios; em recursos do fundo eleitoral; em tempo de propaganda no rádio e na televisão; e no investimento de campanhas nas redes sociais e aplicativos as principais cartas à disposição dos candidatos.
Já os debates presidenciais realizados por veículos de imprensa devem ficar para trás no rol de influenciadores sobre o voto dos eleitores, avaliam os analistas políticos consultados.
Dos nove debates programados para o primeiro turno, três sofreram modificações em meio às indicações de ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas, e do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.
Diante das esquivas da dupla que polariza a corrida ao Palácio do Planalto, veículos de imprensa estão organizando pools unificando debates e reduzindo o número de candidatos participantes.
Ao todo, o Barômetro do Poder testou seis dos principais instrumentos utilizados pelas campanhas. Considerando uma escala de 1 (muito baixo) a 5 (muito alto) para o peso de cada um desses instrumentos, estas foram as médias atribuídas pelos analistas consultados:
- Palanques fortes nos estados e capilaridade (4,17)
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Recursos do fundo eleitoral (4,00)
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Tempo para propaganda no rádio e na televisão (3,83)
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Redes sociais e aplicativos de mensagens (3,83)
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Estrutura partidária (3,75)
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Debates entre os presidenciáveis na mídia (2,75)
Apesar do peso elevado atribuído a boa parte dos instrumentos testados, um fator que pode jogar contra os esforços das campanhas nessas eleições é o elevado nível de cristalização da preferência dos eleitores a esta altura do processo. Segundo pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (28), 71% dos eleitores dizem estar totalmente decididos sobre voto para presidente.
Esta edição do Barômetro do Poder ouviu 9 consultorias políticas – Control Risks; Empower Consultoria; Eurasia Group; Medley Global Advisors; Patri Políticas Públicas; Ponteio Política; Prospectiva Consultoria; Pulso Público; e XP Política – e 4 analistas independentes – Antonio Lavareda (Ipespe); Carlos Melo (Insper); João Villaverde (FGV-SP) e Thomas Traumann.
Conforme acordado previamente com os participantes, os resultados são divulgados apenas de forma agregada, sendo preservado o anonimato das respostas e dos comentários.
Clique aqui para ter acesso à íntegra do levantamento.