Nova presidente da Caixa, Daniella Marques é auxiliar de confiança de Paulo Guedes
julho 4, 2022Nome completo: | Daniella Marques Consentino |
Ocupação: | Presidente da Caixa Econômica Federal |
Local de Nascimento: | Barra Mansa, Rio de Janeiro |
Formação: | Administração de Empresas |
Daniella Marques Consentino, braço direito do ministro da Economia, Paulo Guedes, assume amanhã (5) a presidência da Caixa Econômica Federal. Caberá a ela, além da gestão de um dos maiores bancos do país, consertar o dano à imagem do governo deixado pelo ex-presidente da instituição, Pedro Guimarães, que pediu demissão em meio a denúncias de assédio sexual a funcionárias.
Marques acompanhou Guedes desde o início do governo, uma relação de confiança que vem dos longos anos em que trabalharam juntos na iniciativa privada. Ela e Guedes foram sócios na gestora Bozano Investimentos, hoje Crescera Capital, onde a executiva exerceu os cargos de diretora Financeira e de Compliance e Operações. Antes, foi sócia da Mercatto Gestão de Recursos, uma das três empresas que se fundiram para formar a Bozano Investimentos.
Ela já havia sido escalada pelo governo em outra tarefa junto ao público feminino. Nessa parcela do eleitorado está um dos maiores desafios do presidente Jair Bolsonaro: entre 56% e 60%, dependendo da faixa de renda, dizem não votar de jeito nenhum no presidente, de acordo com a última pesquisa Datafolha de intenção de votos para 2022.
Única mulher na equipe de 21 “supersecretários” montada inicialmente por Guedes, quando assumiu a Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, foi nomeada em fevereiro para a Secretaria especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia e, em março, passou a comandar o programa “Brasil pra Elas”, de empreendedorismo feminino.
A iniciativa foi lançada em 08 de março, no Palácio do Planalto, em cerimônia relativa ao Dia Internacional das Mulheres. Marques esteve no evento com Bolsonaro e ao lado das então ministras Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Tereza Cristina (Agricultura) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), e da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
A nova presidente da Caixa quer criar um comitê de crise para apurar os episódios de assédio e identificar outros possíveis envolvidos. O conselho de administração do banco decidiu contratar auditoria externa para investigar as denúncias contra seu ex-executivo.
Marques escolheu outra mulher para ser sua principal auxiliar no banco, a advogada Danielle Calazans, atual secretária de Gestão Corporativa do Ministério da Economia e funcionária de carreira da CEF. As duas trabalham na elaboração de um plano para administrar o problemático legado de Guimarães.
Até aqui, Daniella Marques, agora a nova presidente da Caixa, vinha se saindo bem no governo como negociadora. Na posição de chefe da Assessoria Especial, atuou em negociações de interesse do ministério junto ao Congresso Nacional. É tida como dedicada, esforçada, firme nas negociações e cumpridora das missões dadas por Guedes e Bolsonaro.
Segundo a Folha de S. Paulo, teve participação em tratativas de projetos importantes para o governo, como a Reforma da Previdência e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, aprovada em 2021, que adiou o pagamento de dívidas judiciais e abriu espaço no Orçamento para políticas sociais em 2022, como o Auxílio Brasil, versão bolsonarista do Bolsa Família.
De acordo com o UOL, o ministro Paulo Guedes conta que Marques se entusiasmou com o discurso do então candidato Jair Bolsonaro, em 2018. “‘Eu quero ir para Brasília te ajudar a transformar o Brasil’, e pediu para entrar no time”, afirmou o ministro.
Vida e carreira de Daniella Marques
Natural de Barra Mansa, no interior do estado do Rio de Janeiro, a executiva é filha de um funcionário de carreira do Banco do Brasil e de uma professora estadual. Formou-se em Administração de Empresas na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e seu trabalho de conclusão de curso teve como tema a “Importância do gerenciamento de riscos na alocação de recursos: a montagem do VaR”. “VaR” é a sigla para “value-at-risk”, método de cálculo de risco de um produto financeiro ou de uma carteira de investimentos. Tem um MBA em Finanças no Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (Ibmec).
Seu nome foi aprovado pelo Comitê de Elegibilidade da Caixa em 1o de julho, e no mesmo dia ela assinou o termo de posse.