Greve reduz atendimento nos hospitais universitários de Sergipe

Greve reduz atendimento nos hospitais universitários de Sergipe

maio 13, 2021 Off Por JJ

o movimento grevista é por tempo indeterminado (Foto: Seese)

Após greve deflagrada nesta quinta-feira, 13, pelos servidores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o atendimento nos hospitais universitários de Aracaju e Lagarto foram reduzidos. De acordo com a presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Sergipe (Seese), Shirley Morales, o movimento grevista é por tempo indeterminado.

Ainda segundo Shirley, por conta da greve, os atendimentos eletivos estão suspensos em todos os hospitais universitários. “Os serviços de urgência, emergência e atendimentos aos pacientes com Covid-19 estão mantidos”, ressalta a presidente do Seese. Ainda de acordo com ela, o movimento grevista atinge os trabalhadores administrativos e assistenciais, como médicos, enfermeiros e afins. “Lembrando que fizemos o cálculo é que ao menos 30% do efetivo profissional estão trabalhando nos setores de urgência e emergência”, acrescenta.

Shirley explica que a grave tem dois motivos principais: a falta de reajuste salarial dos servidores da Ebserh e o desejo da empresa de atrelar o cálculo do adicional de insalubridade ao salário mínimo. “Essa situação já vem se arrastando há mais de um ano. Já tivemos algumas conversas com a empresa, mas ainda não chegamos a um consenso sobre esses dois temas”, diz Shirley Morales.

A presidente da Seese explica que a Ebserh é uma empresa vinculada ao Ministério da Educação e tem como responsabilidade a gestão de todos os hospitais universitários do pais. “Desse modo, essa é uma mobilização a nível nacional. A empresa alega falta de recursos”, afirma. Shirley destaca que o ponto mais difícil de chegar a um consenso tem sido a forma de cálculo do adicional de periculosidade.

“Atualmente, o valor desse adicional varia entre 10% e 40% sobre o salário base dos trabalhadores. Atrelar esse cálculo ao salário mínimo significaria perdas salarias muito grandes”, avalia Shirley.

HU – Lagarto

Por meio de nota, o Hospital Universitário de Lagarto (HUL) informou que é um hospital porta aberta e que recebe e acolhe a todos; uma unidade hospitalar referência em Urgência e Emergência no estado; e, ainda, neste momento de pandemia, hospital referência no estado para atendimento Covid, a preocupação da gestão do HUL neste momento é a de que os impactos do movimento sejam minimizados para que o hospital garanta a continuidade da assistência que vem sendo prestada aos seus pacientes e usuários.

“Preocupação essa, que já foi colocada ao comando de greve em reunião que aconteceu entre as partes na tarde dessa quarta-feira, com a instituição entendendo o direito de manifestação das categorias”, destaca a Assessoria.

HU – Aracaju

Em nota, o Hospital Universitário de Sergipe (HU-UFS) diz que a greve foi deflagrada em meio às negociações. “As conversas não foram encerradas e o processo de Mediação e Conciliação Pré-Processual PMPP nº 1000116-32.2021.5.00.0000 segue em curso no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A Empresa esclarece que está em processo de mediação com as partes envolvidas e que até a próxima quinta-feira, 20, a estatal deve enviar à categoria uma nova proposta”, salienta a Assessoria do Hospital.

Ainda de acordo o comunicado da unidade hospitalar, é importante ressaltar que a proposta apresentada pela empresa, a nível nacional, mantém todas as cláusulas sociais do ACT vigente. “No entanto, a ação mantém na proposta o pagamento do adicional de insalubridade, mas adapta a base de cálculo, sendo pago em cima do salário mínimo, e não mais sobre o salário-base. Com a adequação proposta, será possível ainda conceder aumentos em outros benefícios. Importante ainda pontuar que a mudança no cálculo só acontecerá ao fim da pandemia”, relata.

O HU-UFS destaca ainda que as atividades assistenciais estão mantidas e que a suspensão de serviços está sendo avaliada mediante o percentual de profissionais que estão aderindo ao movimento paredista. A equipe do HU-UFS destaca que mantém contato com os representantes locais dos trabalhadores para que os impactos sejam os menores possíveis.

por João Paulo Schneider