Poupança tem resgate de R$ 5,8 bilhões em fevereiro e pior primeiro bimestre desde 1995

SÃO PAULO – Seguindo o desempenho de janeiro, a caderneta de poupança registrou resgate líquido da ordem de R$ 5,8 bilhões em fevereiro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (5) pelo Banco Central.

Fruto de depósitos de R$ 239,8 bilhões e retiradas de R$ 245,7 bilhões, o valor é menor do que o registrado em janeiro, quando houve resgates de R$ 18,2 bilhões, mas representa a maior saída para o mês de fevereiro desde 2016.

No primeiro bimestre do ano, a caderneta teve resgate líquido da ordem de R$ 24 bilhões – recorde histórico para o período desde o início da série histórica do BC, iniciada em 1995.

Vale lembrar que o último crédito do auxílio emergencial foi pago no dia 29 de dezembro, com saques derradeiros feitos ao longo de janeiro. No último ano, foram pagos mais de R$ 275 bilhões, beneficiando mais de 70 milhões de pessoas.

Com o desempenho do mês passado, o saldo total aplicado na caderneta de poupança soma agora R$ 1,014 trilhão.

Baixa rentabilidade

Apesar do recorde de captações da caderneta no último ano, o retorno oferecido pela poupança está cada vez menor, devido aos juros no menor patamar histórico.

Isso porque, com a taxa Selic a 2% ao ano, a poupança passa a render apenas 1,4%, perdendo para demais aplicações financeiras e, inclusive, para a inflação.

Em fevereiro, a poupança rendeu 0,12%, ante variação de 0,13% do CDI, o principal referencial das aplicações de renda fixa.

No ano, o retorno da caderneta chega a 0,23% (ante 0,28% do CDI) e, em 12 meses, a 2,40%, enquanto o CDI tem variação de 2,08%.