Mercado ainda não vê risco de inflação sair do controle nos EUA, aponta JPMorgan

Mercado ainda não vê risco de inflação sair do controle nos EUA, aponta JPMorgan

fevereiro 8, 2021 Off Por JJ

(Shutterstock)

(Bloomberg) — A correlação entre ações e títulos é o “indicador mais importante” nos mercados globais no momento e mostra que investidores ainda não veem risco de a inflação sair do controle, de acordo com estrategistas do JPMorgan Chase.

O fato de que as correlações de curto prazo entre os dois ativos não subiram, mesmo com o aumento das expectativas de inflação, sugere que operadores ainda não estão preocupados com o impacto negativo da alta dos preços, segundo relatório de Mixo Das e equipe divulgado na segunda-feira.

Uma medida de alta frequência da correlação de 72 horas entre os futuros do S&P 500 e os equivalentes dos títulos do Tesouro de 10 anos dos EUA ficou em 0,35 negativo na segunda-feira em relação a -0,57 no final de janeiro, segundo cálculos da Bloomberg.

“Uma correlação alta/positiva mostra que os mercados são movidos por preocupações com a inflação ou mudanças na reação das políticas”, escreveu Das em comentários por e-mail. “Por exemplo, se a inflação estivesse alta e subindo, os rendimentos dos títulos aumentariam e as ações cairiam com expectativas de políticas mais apertadas.”

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A inflação dos EUA indicada pelo mercado de títulos se acelerou no ritmo mais rápido desde 2014, enquanto o petróleo sobe com maiores expectativas de recuperação econômica.

O S&P 500 acumula alta acima de 3% no ano e fechou em nível recorde na sexta-feira, com o retorno da aposta de reflação por investidores. O rendimento de referência dos Treasuries subiu cerca de 27 pontos-base, para pouco menos de 1,20%.

Uma alta correlação entre ações e títulos significa que os últimos já não funcionam como proteção para as oscilações das ações, o que poderia afetar as alocações dos portfólios, disse Das. Isso também significa que a volatilidade da carteira de ativos cruzados está aumentando. Com isso, portfólios com foco em volatilidade reduziriam a alavancagem, explicou.

“Se a correlação se mantiver positiva, será bastante negativa para os mercados”, escreveu Das. “Muito mais para os títulos, mas também para as ações, já que os níveis de alavancagem precisarão cair.”

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