Retomada de auxílio tem de vir com proposta de redução de despesas, diz novo CEO do Itaú

Retomada de auxílio tem de vir com proposta de redução de despesas, diz novo CEO do Itaú

fevereiro 2, 2021 Off Por JJ

Milton Maluhy Filho (Foto: Divulgação/Itaú)

O novo presidente do Itaú Unibanco (ITUB4), Milton Maluhy, que assume o posto nesta terça-feira, 2, afirmou que o governo tem de sinalizar com uma agenda de reformas e redução de gastos caso decida retomar o auxílio emergencial, em um esforço para sinalizar ao mercado que está comprometido com a agenda fiscal.

“Tivemos uma pandemia sem precedentes e o governo fez o que tinha que fazer. Era o momento de gastar. Mas o nível de endividamento está muito alto e estamos muito próximos do teto (dos gastos). Qualquer revisão de programa assistencial tem de vir com notícia de reforma”, afirmou o executivo, em teleconferência com jornalistas.

Maluly citou como exemplo o período em que a reforma da Previdência foi aprovada, no início do governo Bolsonaro. “Os resultados não eram de curto prazo, e sim de médio e longo prazo, o que abriu espaço para os investimentos que foram feitos”, destacou. “Temos de sinalizar agência de reformas para médio e longo prazo”.

PIB

O novo presidente do Itaú Unibanco afirmou que a economia deve “andar de lado” no primeiro trimestre de 2021, sem crescimento, em razão do fim do auxílio emergencial e do aumento do número de mortes e pessoas infectadas pela covid-19.

Na visão dele, a recuperação da economia deve ser retomada na sequência. Maluhy disse, ainda, que os juros básicos do País já devem subir na próxima reunião do Banco Central e, segundo a previsão do banco, a Selic deve terminar 2021 a 3,5% ao ano, ante 2% no nível atual.

O executivo reiterou as projeções do banco para 2021, e destacou ainda que o Itaú deve investir R$ 1,5 bilhão a mais em tecnologia, produtos e plataformas, em linha com o processo de transformação digital pelo qual passa o banco.

Eficiência

Milton Maluhy afirmou, ainda, que não há uma “bala de prata” na agenda de eficiência do banco. Ressaltou que é necessária mais austeridade e foco no que realmente é relevante diante do cenário atual, com aumento da concorrência e da digitalização em meio à pandemia.

“A agenda de eficiência inclui a linha de custos e de receitas. Considerando a inflação, tivemos queda de mais de 7% em 2020. São números relevantes”, disse Maluhy. O banco não prevê fechar mais agências em 2021, conforme o executivo. No ano passado, foram descontinuadas 117 unidades físicas. “Acreditamos no meio físico. Nossa rede de atendimento será do tamanho que nossos clientes definirem”, afirmou.

Segundo ele, a base de clientes do banco é muito heterogênea, com aqueles que só usam os canais enquanto outros vão às agências todos os dias. Portanto, o foco é combinar os dois mundos.

“Nosso objetivo é ser mais eficiente no custo de gestão do banco… Com isso, abrimos espaço para crescer. São duas agendas intensas, custo e geração de crescimento, receitas, em busca de um menor índice de eficiência”, afirmou Maluhy, acrescentando que o Itaú está adotando uma série de iniciativas e que não é possível mencionar apenas uma.

 

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