Plano SP: governo deve colocar estado na Fase Vermelha durante noite e finais de semana

Plano SP: governo deve colocar estado na Fase Vermelha durante noite e finais de semana

janeiro 22, 2021 Off Por JJ

Vista aérea da Avenida Paulista, na área central de São Paulo
Vista aérea da Avenida Paulista, na área central de São Paulo (Alexandre Schneider/Getty Images)

SÃO PAULO – Em uma nova medida para tentar frear o avanço da pandemia pelo estado de São Paulo, a gestão de João Doria (PSDB), irá anunciar nesta sexta-feira (22) novas medidas de restrição para o Plano São Paulo pela terceira vez em 15 dias.

Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, desta vez o governo deve trazer regras mais restritivas de isolamento social. A partir da noite desta sexta-feira, todo o estado deve entrar na Fase Vermelha de restrições. A região só retoma à fase que estava na segunda-feira.

O Plano São Paulo é o programa de flexibilização de atividades imposto pelo governo do estado desde o início da pandemia. O plano está condicionado aos índices de novos casos, internações e óbitos por Covid-19 nas regiões do estado e permite a reabertura econômica das regiões de forma gradual.

O programa divide o estado em regiões, e cada uma delas é classificada em uma fase. São cinco delas, que vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (Vermelha) a etapas identificadas como controle (Laranja), flexibilização (Amarela), abertura parcial (Verde) e normal controlado (Azul).

De acordo com o jornal, a nova reclassificação funciona de forma diferente: a região passa o dia na fase em que estava normalmente e, após às 20h, entra na Fase Vermelha. Nos finais de semana e feriados, a Fase Vermelha perdura ao longo do dia inteiro.

Na fase vermelha, apenas serviços essenciais como padarias, mercados, farmácias e bancos podem operar. Bares, restaurantes e o comércio em si não poderão funcionar. A medida do estado visa endurecer o isolamento, ao fechar todos os serviços não essenciais durante a noite e durante os finais de semana para evitar aglomerações.

A confirmação dos detalhes sobre a reclassificação será passada durante coletiva de imprensa, às 12h45 desta sexta-feira, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Doria já havia informado que a a próxima reclassificação seria hoje, adiantando a atualização após uma piora da pandemia no estado.

Reclassificação de regiões

Além disso, o governo paulista deve anunciar reclassificações para cada região do estado, seguindo indicadores regionais da pandemia. Essa é a fase nas quais as regiões se encontrarão para além de noites e do final de semana, quando estarão obrigatoriamente na Fase Vermelha.

Segundo o site UOL, ao menos três regiões devem entrar na Fase Vermelha: Bauru, Franca e Presidente Prudente. As regiões de Araraquara, Barretos e Campinas devem retroceder da Fase Amarela para a Fase Laranja, a segunda mais restritiva.

Na última reclassificação do Plano São Paulo, apenas a região de Marília foi rebaixada oficialmente para a Fase Vermelha. Dez regiões estão atualmente na Fase Laranja. Outras seis, incluindo a Grande São Paulo, estão na Fase Amarela.

Piora da pandemia no estado

Os fatores que condicionam a atualização do Plano São Paulo são os números de internações, mortes, casos e a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Na terça-feira (19), Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, já havia adiantado que a piora nas taxas de ocupação de UTI poderia levar ao rebaixamento da Grande São Paulo, que inclui a capital, atualmente na Fase Amarela, e da região de Sorocaba, atualmente na Fase Laranja.

“São regiões onde nós estamos observando essa pressão frequente sobre os leitos, especialmente de UTI. É possível sim que essas regiões, eu diria que é até provável, que sejam reclassificadas brevemente ao longo desta semana”, disse Menezes em entrevista a TV Globo. Menezes ainda explicou que a situação é preocupante, especialmente na região metropolitana, que concentra metade da população do estado e tem observado uma alta nas internações muito acentuada.

“A pandemia continua subindo no estado de São Paulo, em todas as regiões. O que nós estamos observando na região do município de São Paulo e na Grande São Paulo também está sendo observado na maioria das regiões do estado, um crescimento no número de casos e o número de internações aumentando progressivamente a taxa de ocupação dos leitos de UTI, que são aqueles necessários para os casos mais graves”, informou.

Na última quarta-feira (20), Jean Gorinchteyn, secretário estadual da saúde, falou sobre o momento delicado que São Paulo vivem em relação ao coronavírus. “São esses índices que mostram que algumas regiões precisam de uma atenção especial para continuar garantindo assistência à saúde”, afirmou o secretário.

Gorinchteyn também afirmou que a piora dos indicativos da epidemia fez com que São Paulo registrasse a maior média diária de novos casos. Foram 11.300 na última semana, maior número registrado para esse indicativo desde o início da pandemia. Em comparação com a última semana de 2020, ainda de acordo com dados do governo do estado, os casos de Covid-19 aumentaram 77%; as mortes, 59%; e as internações, 28%.

A taxa de ocupação em leitos de UTI na Grande São Paulo também teve aumento significativo em números percentuais em pouco tempo. De 5 de janeiro até 19 de janeiro, a ocupação foi de 65% para 70,5%. A ocupação de leitos de UTI atualmente é de 69,1% no estado e de 70,1% na capital. Na cidade de São Paulo, quatro hospitais registravam 100% de ocupação dos leitos de UTI para tratamento da Covid-19 até a manhã desta sexta-feira.

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