Em dia de Copom, taxas de títulos do Tesouro Direto operam sem direção definida
janeiro 20, 2021
SÃO PAULO – Os prêmios pagos pelos títulos públicos do Tesouro Direto operam sem direção definida na manhã desta quarta-feira (20), dia de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros. Os papéis indexados à inflação apresentavam alta, enquanto os prefixados recuavam.
A expectativa, segundo levantamento feito pela equipe de fundos da XP com 32 gestoras de estratégia multimercado macro, é pela manutenção da taxa básica de juros no patamar atual, de 2% ao ano. A decisão será divulgada hoje, às 18h30.
Segundo o estudo da XP, a maior aposta dos gestores (com 43% dos consultados) se concentra hoje no aumento da Selic no segundo trimestre deste ano, proporção que vem crescendo desde setembro. Leia mais aqui.
No Tesouro Direto, o título indexado à inflação com vencimento em 2035 pagava uma taxa anual de 3,71% na abertura dos negócios, ante 3,63% na tarde de ontem. O prêmio oferecido pelo mesmo papel com juros semestrais prazo em 2055, por sua vez, era de 4,07% ao ano, ante 4,02% anteriormente.
Entre os com retorno prefixado, o papel com vencimento em 2023 pagava um prêmio anual de 5,21% nesta manhã, ante 5,24% no pregão anterior. Já a taxa oferecida pelo mesmo papel com juros semestrais e prazo em 2031 era de 7,50%, contra 7,49% ontem.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta quarta-feira (20):
Coronavírus no Brasil
No ambiente doméstico, além do comunicado do Copom com eventuais sinalizações para a política monetária nos próximos meses, as atenções dos investidores recaem sobre o noticiário de coronavírus no país.
Em um evento em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, ao lado do governador João Doria (PSDB), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, cobrou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defenda a vacina CoronaVac, desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
Segundo ele, diante do aumento do número de casos da doença, são “inevitáveis as bandeiras vermelhas em São Paulo”.
Além disso, em meio à falta de insumos importados da China, a Fiocruz adiou de 8 de fevereiro para o início de março a previsão de entrega das primeiras doses da vacina da Universidade de Oxford e da AstraZeneca produzidas no Brasil.
Segundo informações repassadas pelo Ministério da Saúde ao portal UOL, a previsão é de que a população esteja vacinada apenas no segundo trimestre de 2022, na melhor das hipóteses.
Com o aumento nos contágios pela Covid-19 no Brasil e atrasos na vacinação em massa da população se somando à perda de popularidade do presidente Bolsonaro, já se fala na hipótese de novos estímulos apesar do espaço limitado no Orçamento.
Por fim, no âmbito político, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) formalizou ontem sua candidatura à presidência do Senado, com a promessa de uma atuação independente, apesar de ser o nome que conta com a simpatia do governo, e com o foco no combate aos impactos da crise causada pela pandemia.
Posse de Biden nos EUA
Já no ambiente internacional, o destaque do dia é a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden. É esperado que o discurso de posse seja centrado na necessidade de unir o país em meio à acirrada disputa partidária no Congresso, além da violenta invasão no início do mês.
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Além da Presidência, o Partido Democrata terá controle tanto da Câmara quanto do Senado, após garantir duas vagas pelo estado da Geórgia. Isso dará espaço para conduzir uma ambiciosa agenda de gastos.
Também nos EUA, Janet Yellen, indicada por Biden para a secretaria do Tesouro, defendeu ontem o pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhão planejado pelo novo presidente.
“Economistas nem sempre concordam, mas há um consenso agora: sem mais ação fiscal, corremos risco de recessão prolongada. É preciso fazer mais para apoiar a economia americana”, afirmou.
Na Europa, investidores aguardam as reações do mercado após o atual primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte ganhar um voto de confiança no Senado na terça. Com o voto, que se soma a outro similar de segunda, Conte poderá continuar em seu cargo, mesmo após perder a maioria no Congresso, depois de o pequeno partido Italia Viva deixar sua coalizão.
O partido do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi deixou a coalizão por conta de discordâncias sobre a forma de empregar os fundos da União Europeia para impulsionar a economia italiana.