Índia começa a exportar vacinas da AstraZeneca, mas ainda não se sabe se Brasil está na lista
janeiro 19, 2021SÃO PAULO – A Índia começa na quarta-feira (20) a exportar a vacina contra Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford. O imunizante AstraZeneca/Oxford é fabricado no país pelo Serum Institute of India (SII).
A exportação abre caminho para muitos países garantirem suas doses, segundo informações da agência de notícias Reuters. No entanto, o Brasil não está entre os primeiros países a receberem doses do imunizante.
O primeiro lote de exportações será enviado para o Butão, de acordo com autoridades ouvidas pela Reuters, que pediram anonimato porque os planos não são públicos. Ainda, 2 milhões de doses da vacina, mesma quantidade a ser enviada para o Brasil, serão despachados para Bangladesh na quinta-feira (21), segundo as autoridades.
O Ministério das Relações Exteriores de Bangladesh confirmou esse segundo plano, dizendo que um voo especial da Índia com a primeira remessa pousará em Dhaka, capital de Bangladesh, nesta quinta. “Bangladesh receberá 2 milhões de doses de vacinas AstraZeneca/Oxford contra a Covid-19 da Índia, como um presente, em 21 de janeiro”, disse o órgão em um comunicado.
O SII, que é o maior fabricante mundial de vacinas, não respondeu a um pedido de comentário feito pela Reuters. Na semana passada, o instituto afirmou que a expectativa era de aprovação do uso emergencial para a vacina AstraZeneca/Oxford em outros países. O imunizante de fato foi licenciado em outras nações nos dias seguintes – incluindo o Brasil, no último domingo (17).
O SII também deve fornecer vacinas para o Instrumento de Acesso Global de Vacinas Covid-19 (Covax Facility), iniciativa conjunta da Organização Mundial de Saúde (OMS) para aquisição de imunizantes. O Brasil tem um acordo com o Covax, inicialmente para adquirir imunizantes para 10% da população brasileira.
Vacina da AstraZeneca/Oxford e Brasil
A vacina da AstraZeneca/Oxford, que pode ser armazenada em temperatura de geladeira (entre 0°C e 10°C mais ou menos), é vista como uma opção mais viável para nações mais pobres do que as vacinas dos laboratórios Pfizer/BioNTech e Moderna. Esses dois imunizantes precisam ser armazenados em temperaturas ultrafrias, exigindo uma infraestrutura de armazenamento mais complexa (veja mais aqui).
A Índia recebeu pedidos de várias nações, incluindo o Brasil, para iniciar as exportações da vacina. Na última quinta-feira (14), um avião brasileiro estava programado para decolar rumo à Índia para buscar 2 milhões de doses. Entretanto, os imunizantes prometidos ao governo brasileiro não puderam ser entregues e o próprio Itamaraty confirmou que o país iria atrasar a entrega.
O jornal indiano The Times of India escreveu que Anurag Srivastava, ministro de Relações Exteriores da Índia, disse que a prioridade do governo indiano era operacionalizar a sua própria campanha de imunização antes de iniciar a exportação. A vacinação no país em profissionais de saúde indianos começou no último sábado (16).
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