Prévias operacionais de MRV, Even, Melnick e Mitre do 4º tri; MG espera avanço em negociação com a Vale e mais notícias
janeiro 15, 2021SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado, com destaque para as prévias operacionais do quarto trimestre de quatro construtoras e incorporadoras: MRV, Even, Melnick e Mitre.
Também chamando a atenção dos investidores, a estatal mineira Cemig informou que estuda abrir uma filial de sua unidade de comercialização de energia elétrica em São Paulo. A Simpar lançou uma captação de US$ 625 milhões em bônus no exterior ligados a temas de sustentabilidade, enquanto a Marfrig precificou emissão de 10 anos no valor de US$ 1,5 bilhão em bônus.
Já o governo de Minas Gerais disse que segue em negociações com a Vale sobre um eventual acordo global para reparação de danos pelo desastre de Brumadinho, após uma reunião entre as partes na última quinta. Confira os destaques:
A construtora MRV registrou alta das vendas, mas um recuo nos lançamentos do quarto trimestre, nos comparativos anuais, enquanto busca equilíbrio diante da forte atividade do setor imobiliário marcado pelos efeitos da pandemia da Covid-19.
A companhia anunciou que suas vendas de outubro a dezembro somaram R$ 2,06 bilhões, um salto de 49,1% ano a ano e de 4,7% na base sequencial, à medida que seguiu acelerando ao longo do ano, infladas pela crescente oferta de financiamento imobiliário com juros da economia em mínimas recordes.
No acumulado do ano, as vendas da companhia de R$ 7,72 bilhões foram 39,1% maiores do que em 2019.
Já os lançamentos da MRV no quarto trimestre somaram R$ 2,128 bilhões, avanço de 1,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior, mas queda de 10,2% contra um ano antes.
Em 2020, os lançamentos da companhia chegaram a R$ 7,7 bilhões, montante 11,6% maior do que em 2019, mas menor do que o esperado pela própria empresa.
“Os lançamentos totais do ano ficaram abaixo do planejado pela companhia, fundamentalmente em função do impacto causado pela pandemia nos lançamentos, em especial no primeiro semestre”, afirmou a MRV.
A empresa teve no quarto trimestre geração de caixa de R$ 175 milhões, alta de 8,5% sobre os três meses imediatamente anteriores e revertendo queima de cerca de R$ 34 milhões um ano antes.
A MRV informou ainda que seu conselho de administração aprovou distribuição de dividendo extraordinário de R$ 100 milhões, a serem pagos em 28 de janeiro.
Os lançamentos da Even caíram 42% no quarto trimestre de 2020 na base de comparação anual, passando de R$ 917 milhões para R$ 532 milhões, número este levando em conta os imóveis lançados em empreendimentos com parceiros.
Considerando a participação da Even nos projetos, o montante foi para R$ 482 milhões: foram lançados dois empreendimentos em São Paulo, com valor geral de vendas (VGV) totalizando R$ 444 milhões, e um no Rio Grande do Sul, com VGV de R$ 38 milhões. No ano passado, os lançamentos caíram 29% na comparação com 2019, totalizando R$ 1,56 bilhão.
A geração de caixa operacional foi de R$ 236 milhões nos últimos três meses do ano passado. Considerando a entrada de caixa da venda de ativos no Rio de Janeiro para o FII ERCR11, a Geração de Caixa do trimestre foi de R$ 467 milhões.
As vendas líquidas da Melnick foram de R$ 31 milhões no quarto trimestre de 2020, valor quatro vezes menor do que o valor apresentado no mesmo intervalo de 2019, de R$ 136 milhões. Já o indicador Venda Sobre Oferta (VSO) líquido foi de 5%.
A Melnick lançou apenas um empreendimento com VGV (Valor Geral de Vendas) bruto de R$ 115,2 milhões nos últimos três meses. O Supreme Altos do Central Park faz parte do segmento residencial. Com área útil de 12,3 mil m², o empreendimento possui 184 unidades com valor médio de R$ 480 mil.
A empresa entregou um empreendimento que corresponde a um VGV bruto de R$ 37,9 milhões.
A Melnick também informou ter comprado dois terrenos com valor potencial de vendas de R$ 250 milhões, além de concluir a aquisição do antigo Ginásio da Brigada, localizado em Porto Alegre, com VGV potencial de R$ 199 milhões.
A Mitre lançou R$ 463,7 milhões em VGV no quarto trimestre do ano passado, 46% maior frente igual período de 2019. Houve lançamento de 930 unidades, 47,4% acima do comparativo anual.
Três dos quatro empreendimentos são destinados ao público de renda média-alta, enquanto um é destinado ao público de renda média.
Em 2020, os lançamentos totalizaram R$ 920,1 milhões, alta de 30,4% ante 2019. O número de unidades cresceu 11,5% no período, para 1.857, com quatro empreendimentos de média renda e quatro empreendimentos de renda média-alta.
A estatal mineira Cemig informou nesta quinta-feira que estuda abrir uma filial de sua unidade de comercialização de energia elétrica em São Paulo, de olho no potencial local para negócios no chamado mercado livre de eletricidade.
A manifestação vem após um inquérito aberto pelo Ministério Público estadual (MPMG) neste ano para investigar um suposto plano da companhia controlada pelo governo de Minas Gerais de transferir sua sede. De acordo com informações do site do MPMG, as apurações miram “possíveis irregularidades praticadas pela diretoria da Cemig, que estaria com a pretensão de mudar sua sede para o Estado de São Paulo”.
A Cemig disse, em nota, que “é completamente infundada a informação de que estaria estudando a mudança de sede”. “Porém a empresa esclarece que estuda a possibilidade de ampliar seus canais de comercialização de energia elétrica no mercado nacional, principalmente no mercado livre, por meio da abertura de uma filial da comercializadora no estado de São Paulo”, acrescentou.
A Cemig tem uma unidade de comercialização de energia que é uma das líderes no mercado livre, onde grandes clientes como indústrias e centros comerciais podem negociar diretamente seu suprimento de eletricidade e preços com empresas do setor.
A maior parte de seus clientes no segmento, informa a empresa, tem sede em São Paulo, que também concentra a maior parte das comercializadoras de energia, com muitas delas abrigadas na região da Faria Lima. “A criação de uma filial de comercialização em São Paulo é prática corrente de mercado, pois grande parte dos comercializadores de energia e agentes de geração já estão sediados no estado, bem como a própria Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)”, afirmou.
Os contratos de compra e venda de energia no mercado livre são registrados junto à CCEE, que também é responsável pelo monitoramento das transações no setor e pela contabilização e liquidação financeira das operações.
A Cemig não entrou em detalhes sobre o estágio de seus estudos para uma possível filial da comercializadora e nem quando ela poderia ser aberta, caso haja decisão nesse sentido. O mercado livre de energia teve forte crescimento em 2020, com volume quase recorde em adesões de novas empresas ao nicho, atrás apenas de uma marca histórica atingida em 2016, segundo a CCEE.
O governo de Minas Gerais disse que segue em negociações com a Vale sobre um eventual acordo global para reparação de danos pelo desastre de Brumadinho, após uma reunião entre as partes na última quinta.
“O formato de um eventual acordo entre o Poder Público de Minas Gerais e a mineradora Vale para reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho, em 2019, continua em discussão. A expectativa é que as negociações avancem na próxima semana”, afirmou, em nota.
A Vale disse em comunicado que permanece empenhada em reparar integralmente os atingidos e as comunidades impactadas. A mineradora apontou que as negociações seguem avançando no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC), órgão de mediação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
“Ainda não há definição de valores. As tratativas entre as partes continuam acontecendo com o Estado de Minas Gerais e instituições de Justiça”, acrescentou.
O secretário-geral da administração estadual, Mateus Simões, sinalizou na semana passada que o governo pretende obter um acordo com a empresa ainda em janeiro, antes que o incidente complete dois anos, no dia 25. Caso não haja acerto com a companhia nesse prazo, o Estado poderá deixar a mesa de negociações para aguardar uma decisão judicial sobre pedidos de indenização pelo desastre, segundo ele.
O grupo brasileiro de logística Simpar lançou nesta quinta-feira uma captação de US$ 625 milhões em bônus no exterior ligados a temas de sustentabilidade. A rentabilidade ao investidor foi fixada em 5,2%. O prazo é de 10 anos.
Os coordenadores da operação são BTG Pactual, JPMorgan, Morgan Stanley, Santander e UBS.
A Marfrig precificou emissão de 10 anos no valor de US$ 1,5 bilhão em bônus, em operação que faz parte de estratégia da companhia para alongar e reduzir custo da dívida.
A emissão foi precificada com rentabilidade ao investidor de 3,95%, ante estimativa inicial ao redor de 4%. Segundo a Marfrig, a taxa é a menor da história da companhia.
A operação é coordenada por BNP Paribas, Bradesco, HSBC, JPMorgan, Santander, além de BTG Pactual, Itaú, Rabobank, Safra e UBS. “A emissão faz parte do processo de ‘liability management’…e será utilizada no processo de recompra das notas seniors com remuneração de 7% ao ano e vencimento em 2024 e das notas com remuneração de 6,875% ao ano e vencimento em 2025”, afirmou a companhia em comunicado ao mercado.
A Copel assinou contrato de venda com o fundo de investimentos Bordeaux, vencedor do leilão realizado em novembro do ano passado, como parte do processo de alienação de 100% das ações de sua unidade Copel Telecom. O fundo Bordeaux apresentou o maior lance, cerca de R$ 2,395 bilhões.
Segundo o documento divulgado, a transação ainda depende das aprovações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A Unipar Carbocloro informou que, atendendo a acionistas, foram convertidas 3.300 ações preferenciais classe A em igual número de ações preferenciais classe B.
Quer fazer da Bolsa sua nova fonte de renda em 2021? Série gratuita do InfoMoney mostra o passo a passo para se tornar um Full Trader – clique para assistir!