Sinovac tem 1º teste global com início de vacinação na Indonésia

Sinovac tem 1º teste global com início de vacinação na Indonésia

janeiro 13, 2021 Off Por JJ

Coronavac, vacina produzida em parceria com a China
A CoronaVac é a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac.(Divulgação)

(Bloomberg) — A Indonésia deu início à campanha de vacinação em massa no país com o imunizante fabricado pela Sinovac Biotech, em um grande teste para a vacina desenvolvida na China em meio a dúvidas sobre sua eficácia.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, tomou a vacina em cerimônia televisionada no palácio presidencial em Jacarta na quarta-feira, tornando-se a primeira de 181,5 milhões de pessoas que o governo pretende vacinar até março de 2022. Vestindo sua típica camisa branca, o presidente teve a pressão arterial medida por médicos antes de receber a injeção.

“A vacina é importante para romper a cadeia de transmissão da Covid-19 e para proteger nossa saúde”, disse o presidente após receber a vacina.

O presidente da Indonésia é o primeiro grande líder mundial a ser vacinado publicamente com um imunizante da China em uma ação destinada a reduzir o ceticismo crescente sobre a vacina. Dados de eficácia confusos e escassa divulgação sobre questões de segurança poderiam aumentar a resistência contra a vacina.

Outros líderes de governos que transmitiram ao vivo o momento da vacinação, como Benjamin Netanyahu, de Israel, Lee Hsien Loong, de Cingapura, e o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, foram imunizados com a vacina de mRNA desenvolvida pela Pfizer e BioNTech.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse que provavelmente tomaria a vacina da chinesa CanSino Biologics em fevereiro, embora os ensaios com este imunizante estejam mais atrasados.

Primeiro da fila

O presidente indonésio decidiu ser o primeiro da fila para aumentar a confiança da população na vacina, em meio a dados de pesquisa escassos e vários níveis de eficácia divulgados em ensaios clínicos no Brasil e na Turquia. A Indonésia aprovou o uso emergencial da vacina chinesa na segunda-feira ao dizer que é “amplamente segura” e que atendeu aos critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde.

O ensaio em Bandung, na Indonésia, mostrou eficácia de 65,3%, enquanto a Turquia divulgou taxa de 91,25%. O grande ensaio no Brasil que, segundo a Sinovac, fornecerá a taxa definitiva, mostrou eficácia geral de 50,38%. Isso porque os participantes do ensaio no Brasil são, em sua maioria, profissionais médicos de alto risco, enquanto outros estudos foram conduzidos principalmente entre a população em geral, disse o CEO da Sinovac, Weidong Yin, em entrevista na quarta-feira em Pequim.

A Sinovac deve responder por cerca de 40% do fornecimento de vacinas na Indonésia, já que a empresa tem parceria com a estatal PT Bio Farma para produzir os imunizantes localmente. O governo também aposta nas vacinas da Novavax e AstraZeneca ao mesmo tempo em que busca garantir imunizantes por meio da aliança Covax Facility e Pfizer.

O país enfrenta a enorme tarefa de inocular dois terços da população de 270 milhões espalhada pelo maior arquipélago do mundo. O governo vai dar prioridade a 1,5 milhão de profissionais de saúde e 17,4 milhões de funcionários públicos na primeira fase a ser conduzida até abril, seguidos do restante da população.

Para a Sinovac, empresa com sede em Pequim cuja vacina também foi encomendada por Cingapura, Hong Kong e Brasil, uma distribuição bem-sucedida que reduza o número de mortes na Indonésia legitimará o imunizante globalmente. Também ajudará o presidente Xi Jinping a cumprir a promessa de compartilhar vacinas chinesas com o mundo como um bem público global, na tentativa de restaurar a imagem do gigante asiático depois das críticas pelo atraso na divulgação de informações sobre a Covid-19.

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