Cenário de emprego é sombrio para mulheres e hispânicos nos EUA
janeiro 10, 2021(Bloomberg) — Mulheres e trabalhadores não brancos continuam a carregar o impacto das demissões com o avanço da pandemia de coronavírus nos Estados Unidos.
O desemprego entre mulheres e hispânicos subiu em dezembro pela primeira vez em oito meses, ofuscando a melhora recente e encerrando um ano devastador para esses grupos, segundo dados do Departamento do Trabalho divulgados na sexta-feira. O desemprego entre trabalhadores hispânicos aumentou para 9,3%, enquanto entre mulheres a taxa subiu para 6,7%.
Os EUA perdeu 140 mil empregos no mês passado, principalmente no setor de lazer e hospitalidade, que emprega grande parte de mulheres e minorias. A pandemia eliminou anos de progresso econômico para mulheres e trabalhadores negros e hispânicos, e economistas dizem que essas perdas devem continuar até que o vírus esteja sob controle.
“O inverno vai ser muito difícil para esses trabalhadores”, disse Julia Coronado, fundadora da empresa de pesquisa MacroPolicy Perspectives.
Os hispânicos registraram a maior taxa de desemprego durante a pandemia, já que quase um em cada cinco trabalhadores estava desempregado em abril. O desemprego tanto para trabalhadores negros, cuja taxa na verdade caiu no mês passado, quanto para hispano-americanos permanece elevado em comparação com o nível entre trabalhadores brancos.
As mulheres, que antes da pandemia ingressavam na força de trabalho a taxas não vistas desde o início dos anos 2000, mostraram uma reversão dessa tendência no ano passado. A proporção de mulheres entre 25 e 54 anos – chamadas de trabalhadoras do primeiro grupo etário e também aquelas com maior probabilidade de ter filhos pequenos em casa – que estavam empregadas ou procurando emprego caiu para 73,5% em abril em relação a 76,9% antes da pandemia.
O número total de mulheres nas folhas de pagamento encolheu pela primeira vez desde abril, caindo para 70,9 milhões em relação a 71 milhões em novembro.
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