Fomc, ata do Copom, prévia do PIB e vacina no STF: o que esperar da última semana cheia de 2020
dezembro 13, 2020
SÃO PAULO – Após mais uma semana positiva para o mercado brasileiro, com alta da Bolsa e queda forte do dólar, a agenda de indicadores fica agitada nesta última semana cheia de 2020, principalmente na questão política.
Enquanto a questão fiscal é um tema que tem gerado cada vez mais preocupação para os analistas, o cenário agora tem se focado na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados e do Senado.
Nos últimos dias, apoiado pelo governo, o deputado Arthur Lira (PP-AL) lançou sua candidatura para a Câmara, gerando críticas do atual presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), que pode ajudar a lançar nos próximos dias um nome de oposição.
O Senado também deve ter uma semana movimentada com o surgimento de candidaturas. Sem poder se reeleger, Davi Alcolumbre (DEM-AP) deve apoiar um nome fora do MDB, o que pode gerar uma grande disputa na Casa.
Ainda no campo político, atenção especial para a discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2021. Pela Constituição, o Executivo deve enviar a proposta até 15 de abril e o Congresso precisa aprovar a Lei até 17 de julho, o que não ocorreu este ano.
Caso não seja aprovada antes da virada do ano pode acontecer o chamado “shutdown”, paralisando o governo. A expectativa, porém, é que o texto seja aprovado a tempo, apesar de ser necessário discutir e tirar da pauta diversos vetos.
Os holofotes também se voltam para o Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima quarta-feira (16), que irá julgar duas ações, do PDT e do PTB, sobre a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19.
O PDT pede que o STF estabeleça a interpretação de que estados e municípios podem determinar a vacinação obrigatória contra a covid. Já a ação do PTB defende que a possibilidade de imunização compulsória, prevista na lei, seja declarada inconstitucional.
Agenda no Brasil
Entre os indicadores nacionais, já na segunda-feira (14) será apresentado o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e bastante acompanhado neste momento para entender o cenário de recuperação da economia.
No mesmo dia, no cenário corporativo, atenção para o leilão da operação de telefonia móvel da Oi (OIBR3; OIBR4). A expectativa é que não haja surpresas, com uma única proposta de oferta vinculante de R$ 16,5 bilhões feita em conjunto por Claro, TIM Brasil ([ativo=TIMP3]) e Telefônica (VIVT4).
No dia seguinte, destaque para a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que na quarta passada decidiu manter a Selic em 2%.
Apesar disso, o comunicado gerou muitas discussões no mercado, principalmente pelo Banco Central ter dito que as condições para manter o chamado “forward guidance” podem acabar em breve. Nesta regra, a autoridade se compromete a não elevar juros enquanto as expectativas e projeções de inflação de seu cenário básico se mantiverem abaixo do centro da meta no horizonte relevante, desde que o regime fiscal seja mantido e as expectativas de longo prazo permaneçam ancoradas.
Analistas enxergaram nesta comunicação uma chance de alta de juros em breve, mas ficaram divididos sobre se o momento para este anúncio foi correto. Diante disso, a ata do encontro pode trazer maiores explicações sobre a visão do BC para os próximos meses.
Ainda na terça, sai também o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), que é medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e registra a inflação de preços desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais.
Agenda externa
No exterior, a semana começa com os dados de produção industrial na Zona do euro, que segundo analistas consultados pela Refinitiv deve ter uma alta de 2% na comparação mensal, ante uma queda de 0,4% no período anterior. No acumulado de 12 meses, porém, o desempenho ainda deve ficar negativo em 4,5%.
Ainda na segunda, mas à noite, serão divulgados os dados de produção industrial e de vendas no varejo na China. O indicador pode mexer bastante com o mercado na terça-feira caso o gigante asiático consiga mostrar força em sua recuperação ou se ficarem mais fracos que o esperado.
Na terça-feira (15), será a vez dos Estados Unidos apresentarem seus números de produção industrial, com expectativa de avanço de 0,3% mensalmente, contra uma alta de 1,1% no mês anterior.
Porém, o grande destaque do calendário externo na semana será a reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês), na quarta-feira (16).
Apesar da projeção de manutenção dos juros, investidores e analistas ficarão atentos ao comunicado do Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos), que pode trazer sinalizações sobre os próximos passos da autoridade monetária no cenário de recuperação econômica.
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