Ações de Eztec e Cyrela sobem com recomendações do Credit; aéreas têm nova alta e Magalu cai 3%
dezembro 9, 2020
SÃO PAULO – Em uma sessão em que o Ibovespa oscila entre leves perdas e ganhos, mais uma vez, quem ganha destaque são as aéreas, que seguem em alta acompanhando o otimismo dos investidores com o início da vacinação dos países desenvolvidos e a perspectiva para as vacinas contra o coronavírus no Brasil e o seu impacto na retomada das operações. Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) avançam mais de 1%.
Também entre as maiores altas do Ibovespa, estão as ações da EzTec (EZTC3) e da Cyrela (CYRE3), com ganhos de cerca de 3% e 2% respectivamente em meio às recomendações do Credit Suisse, reforçando outperform (desempenho acima da média) para os papéis e elevando o preço-alvo de R$ 32 para R$ 35 para CYRE3 e de R$ 51 para R$ 53 para EZTC3.
“Apesar do rating de outperform para toda a cobertura de ações de companhias de renda média entre as construtoras, preferimos as empresas com ações mais líquidas e bem posicionadas, como EzTec e Cyrela. Eztec está bem posicionada para capturar o aumento nos preços em SP e também conta com uma gestão de alta qualidade, Cyrela também conta com um momento operacional impressionante junto com uma plataforma de real estate bastante atrativa que deve dar um impulso em ganhos no curto prazo”, avaliam os analistas.
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) têm leves perdas, em um dia de alta também amena para o petróleo, à medida que notícias sobre vacinas para Covid-19 alimentavam expectativas sobre recuperação na demanda por combustíveis, o que ofuscou preocupações com dados que mostraram salto nos estoques de petróleo dos Estados Unidos na semana passada. O contrato futuro do brent para fevereiro subia 0,33%, a US$ 49 o barril, enquanto o WTI tinha alta de 0,18%, a US$ 45,68.
Já como a maior queda, após a alta da véspera, está o Magazine Luiza (MGLU3), com baixa de cerca de 3%, mas ainda acumulando ganhos de mais de 100% no ano. No radar do setor, a Amazon anunciou nesta quarta a chegada de um programa global de logística ao Brasil: o Fulfillment By Amazon (FBA), ou Logística da Amazon. Na prática, a varejista americana vai centralizar em seus próprios centros de distribuição armazenamento, empacotamento e envio ao consumidor final dos produtos de parceiros de venda no marketplace (sellers, em inglês).
Na prática, a Amazon tira boa parte do processo logístico da mão desses varejistas associados e concentra em sua própria infraestrutura. “Com a Amazon cuidando de toda a parte logística, o parceiro terá mais tempo para focar em sua expertise. Já o consumidor ganha ao ter mais opções de frete grátis e celeridade no envio”, disse Rafael Ferreira, diretor do FBA no Brasil, em entrevista coletiva na qual o InfoMoney estava presente. Veja mais clicando aqui.
Veja mais destaques:
O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) decidiu zerar a alíquota do Imposto de Importação de revólveres e pistolas a partir do dia 1º de janeiro de 2021. A Resolução que inclui os artigos na lista de exceções à tarifa externa comum, reduzindo a alíquota do imposto de 20% para zero, está publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (9).
Pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro comentou a medida. “A Camex editou resolução zerando a Alíquota do Imposto de Importação de Armas (revólveres e pistolas). A medida entra em vigor no dia 1º de janeiro de 2021”, escreveu. Nos comentários da publicação, o chefe do Executivo respondeu um usuário que cobrou o “direito ao armamento”.
O seguidor do presidente escreveu “Cadê o direito de armamento também Jair Messias Bolsonaro, ficou só no papel né”. Em resposta, Bolsonaro citou que o projeto sobre o assunto está no Legislativo. “PL está no Congresso”, disse. Nesta quarta-feira, está prevista na agenda pública de Bolsonaro a participação na reunião do Conselho de Estratégia Comercial da Camex.
A Vale informou na terça à noite que sua subsidiária Vale Canada assinou um acordo vinculante de opção de venda de sua participação na planta de níquel na Nova Caledônia. A Vale afirma que uma reserva de US$ 500 milhões destinadas à proposta, com execução prevista para o primeiro trimestre de 2021, será incluída em suas demonstrações financeiras consolidadas.
A Nova Caledônia é um arquipélago no sul do Oceano Índico, pertencente à França. Em novembro, a Vale havia anunciado um período de exclusividade para negociações com um consórcio formado em uma nova empresa chamada “Prony Resources”. A empresa é apoiada pelas autoridades de França e Nova Caledônia, e liderada pela atual administração e funcionários da Vale Nouvelle-Calédonie. A Trafigura é acionista minoritária.
“A Vale e todos os envolvidos no processo de desinvestimento – incluindo a Província do Sul da Nova Caledônia, o Estado francês e os funcionários e a administração da VNC – podem se orgulhar do fato de que esses esforços produziram um resultado tão positivo”, destacou Mark Travers, diretor executivo de metais básicos da Vale, em comunicado ao mercado.
A Vale afirma que a transação está sujeita a consulta ao conselho de trabalhadores da Vale Nouvelle-Calédonie, aprovações pelas autoridades de Nova Caledônia e França, entre outras.
O Credit Suisse disse avaliar a venda da Vale Nouvelle-Calédonie como positivo para a Vale, já que se trata de um ativo que foi, historicamente, desafiador e de alto custo de gestão, gerando Ebitda negativo nos últimos 5 anos, de US$ 128 milhões negativos em média por ano.
O acordo representa um passo importante para a Vale, no sentido de reduzir sua perda de recursos, já que a alternativa seria continuar a pagar pela manutenção do ativo nos próximos anos. Segundo o banco, a Vale vinha buscando formas de deixar o negócio há tempos, e concordou em contribuir com US$ 500 milhões para dar suporte à transição.
O banco avalia que o preço do minério de ferro e a produção da Vale devem continuar atrativos em 2021. O Credit mantém avaliação em outperform para a Vale, com perspectiva de ganhos atrativos no futuro, com perspectiva de reavaliação dos papéis e mantém preço-alvo de US$ 18 para os papéis da Vale negociados na Bolsa de Nova York, frente os US$ 16,19 atuais.
Ainda no radar, a Vale tem nova audiência nesta quarta-feira sobre Brumadinho. Em meados de novembro, o governo de Minas Gerais e instituições do sistema de Justiça não aceitaram proposta financeira da mineradora para um acordo global relacionado a reparações pelo desastre ocorrido em janeiro de 2019.
Segundo informações do jornal Valor Econômico, a Ânima está analisando a possibilidade de fazer uma cisão do seu braço de negócios de cursos de medicina e uma oferta inicial de ações (IPO) dessa unidade, após a aprovação da compra da Laureate Brasil, em 2021.
A transação visa desbloquear o valor da operação medicina, que parece estar subvalorizado hoje quando comparamos com o que o mercado está pagando pela Afya – empresa focada em cursos de medicina – que negocia a um EV de mais de R$4mil/vaga, que para a Ânima poderia representar um EV implícito de mais de R$9B, em comparação com a avaliação atual de R$8B (já considerando o EV combinado da Laureate e da Ânima).
Carrefour Brasil (CRFB3)
A S&P Dow Jones Indices excluiu o Carrefour Brasil de um índice que reúne ações de empresas comprometidas com boa governança e padrões mais rígidos de postura social e ambiental. A medida ocorre semanas após a morte de um homem negro em uma loja do grupo em Porto Alegre (RS), após ter sido espancado por seguranças que atuavam na unidade.
Notre Dame (GNDI3)
A Notre Dame Intermédica anunciou a aquisição do hospital Lifecenter, em Belo Horizonte (MG), por R$ 240 milhões, equivalente a aproximadamente R$ 1,2 milhão por leito. O valor será pago à vista, descontado o endividamento líquido e uma parcela retida para contingências.
O Hospital Lifecenter opera uma estrutura de alta complexidade com 205 leitos, sendo 40 de UTI, 13 salas cirúrgicas e 12 consultórios de pronto socorro, além de ressonância magnética, tomografia, ultrassonografia, endoscopia, radiografia e laboratório de análises clínicas. Em 2019, o Hospital Lifecenter apresentou faturamento líquido de R$ 153,9 milhões.
De acordo com o comunicado da Notre Dame Intermédica, o hospital está entre as instituições mais reconhecidas de Belo Horizonte, certificado pela Joint Comission International (JCI) e ONA3. A companhia passará a deter, de forma indireta, 100% das ações do Hospital Lifecenter.
O plano de integração prevê sinergias operacionais e administrativas com as demais operações adquiridas no Estado de Minas Gerais, em especial Belo Horizonte, afirma a Notre Dame, e irá aumentar a oferta comercial de produtos de planos de saúde GNDI verticalizados na região, segundo informou a empresa em nota. A consumação da Transação está sujeita à aprovação prévia do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O Credit Suisse afirmou que a aquisição do Hospital Lifecenter em Belo Horizonte pela Notre Dame é positiva. A empresa gastou o equivalente a R$ 1,2 milhão por leito, em meio ao aumento da competição por hospitais. O banco diz que o hospital serve a vários tipos de clientes, incluindo os de maior poder aquisitivo, e afirma que está entre os dez melhores da microrregião.
PetroRio (PRIO3)
A PetroRio divulgou seus dados operacionais do mês de novembro, quando produziu 27.293 barris de óleo equivalente por dia (boepd), ante 30.942 boepd em outubro, uma queda de 11,8%.
Em relação ao mês anterior, a maior queda na produção ocorreu no campo de Polvo, de 9.049 para 6.391 boepd, recuo de 29,3%. Segundo explica a PetroRio em comunicado, a produção em Polvo foi impactada por um vazamento na caldeira do terminal, o que provocou a interrupção das atividades por nove dias.
Houve queda também na produção no campo de Frade, onde a PetroRio tem participação de 70%, de 12.331 para 11.654 boepd. Em Tubarão Martelo, a produção caiu de 7.369 para 6.919 boepd. Houve aumento somente no campo de Manati, onde a companhia tem fatia de 10%, de 2.193 para 2.330 boepd.
As vendas de óleo pela PetroRio totalizaram 906.375 barris em novembro, ante 993.619 barris em outubro.
Ômega Geração (OMGE3)
A Omega Geração concluiu a aquisição de 50% das ações dos Complexos Eólicos Ventos da Bahia 1 e Ventos da Bahia 2, atualmente detidos pela EDF Renewables do Brasil. Os dois complexos eólicos têm capacidade de geração de 182,6 megawatts.
O valor final da operação foi de R$ 680,3 milhões (R$ 661,7 milhões, ajustado pelo capital de giro), dos quais R$ 360,5 milhões foram pagos em caixa e R$ 319,8 milhões assumidos em endividamento líquido.
“Os valores mencionados poderão sofrer ajustes em função de diferenças de endividamento líquido e capital de giro dos ativos entre a projeção para a data do fechamento e o balanço efetivo da data de fechamento”, afirmou a companhia.
Qualicorp (QUAL3)
A Qualicorp Consultoria e Corretora de Seguros informou na terça que fechou, junto com a subsidiária Qualicorp Administradora de Benefícios, a aquisição de contratos de planos privados de planos de saúde celebrados entre a Muito Mais Saúde Administradora de Benefícios e as operadores da planos de saúde Grupo Notre Dame Intermédica, Assim Saúde e Amil.
O negócio tem valor de R$ 176 milhões, e foi celebrado com a Muito Mais Saúde Administradora de Benefícios e com a Soma Corretora de Seguros. A Qualicorp adicionará a seu portfólio cerca de 55 mil novos clientes, no segmento coletivo por adesão, localizados nos Estados de Rio de Janeiro e de São Paulo e atendidos pelas operadoras.
A BRF comunicou na terça que criou uma vice-presidência de relações institucionais, reputação e sustentabilidade, que se tornará efetiva a partir de 2021, e será liderada por Grazielle Tallia Parenti. A executiva ocupa, desde 2019, o cargo de diretora de relações institucionais na BRF.
Segundo a BRF, Parenti é formada em administração de empresas na FGV, com MBA com ênfase em marketing pela FIA e pós graduação em políticas públicas na FGV. Ela tem mais de 25 anos de experiência na indústria de alimentos, com passagem pela Diageo e Mondelez. Ela acumula os cargos de presidente da Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), diretora do Instituto BRF e é membro de conselhos de administração de “diversas associações de classe”.
Na terça, a BRF divulgou seu plano de crescimento para os próximos dez anos. A empresa afirmou que pretende dobrar seu lucro Ebitda até 2023, e mais do que triplicá-lo até 2030, levando a valorização de seus papéis acima da média do mercado na terça.
O Bradesco BBI afirma que o anúncio marca uma mudança do foco da BRF em reestruturação para crescimento, o que pode melhorar a avaliação de investidores sobre seus papéis. O banco diz acreditar que, caso a empresa seja capaz de efetivar seu plano de investimentos, há espaço para valorização relevante das ações.
O Bradesco diz avaliar que o segmento de comida processada deve ganhar nos próximos trimestres espaço nos negócios da empresa, em comparação com o de comida fresca. Isso pode levar a uma reavaliação do rating (classificação) das ações.
No momento, o banco manteve avaliação das ações em outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado, e não alterou o preço-alvo, de R$ 28, frente os R$ 23,13 atuais, por avaliar que é necessário obter mais informações sobre os principais pontos a levarem crescimento, e as oportunidades de aquisição da empresa.
O Credit Suisse avaliou que o plano apresentado pela BRF em seu dia do investidor é “ousado”, com foco em refeições prontas, carne vegetal e suína, que devem crescer entre as vendas da empresa. O
As vendas entre 2027 e 2030 devem atingir R$ 100 bilhões, e o lucro Ebitda deve crescer 3,5 vezes, a R$ 17,2 bilhões. Neste cenário, a margem Ebitda deve se manter acima de 15%, e a margem líquida deve ficar acima de 6%. O retorno sobre capital investido deve se elevar a 16%.
Segundo o Credit Suisse, esse desempenho deve ser impulsionado por investimentos “agressivos”, de R$ 55 bilhões em dez anos. A primeira fase deve ter capex de R$ 6 bilhões ao ano, três vezes mais alto do que o dos últimos cinco anos.
A empresa pretende crescer 25% no mercado internacional ao ano nos próximos seis anos. No mercado nacional, espera crescer 8% ao ano no período.
O Credit Suisse afirma que a empresa apresentou planos ambiciosos de crescimento no mercado internacional no passado, mas sem o sucesso pretendido, o que o torna cético quanto à promessa mais recente. No mercado doméstico, a empresa deve enfrentar o provável fim do auxílio emergencial.
O banco diz avaliar que os desafios de crescer no mercado internacional e ampliar a participação da comida processada nos negócios não são tarefas simples, especialmente com os desafios esperados em 2021. Por isso, mantém avaliação neutra para os papéis da companhia, com preço-alvo de R$ 22, frente os R$ 23,13 atuais.
O Bradesco BBI diz avaliar que há um cenário positivo para as empresas brasileiras de telecomunicações, com o crescimento da conexão de internet FTTH (sigla em inglês de da fibra ao lar), em que a conexão de internet é fornecida por meio de um cabo de fibra óptica que vai do operador até o cliente. É uma internet mais rápida e segura.
O banco avalia que a Oi deve ter aumento de receita com a expansão da rede FTTH, com adição de 140 mil lares por mês. O plano da empresa é atingir 14 milhões em 2021. A Oi também se beneficia de uma receita média por unidade maior do que o esperado, o que pode levar a aumento de 9% na receita em 2021. O banco espera que o plano de recuperação judicial se encerre em 2021, e o Ebitda cresça 31% no ano. Isso deve levar mais investidores a buscarem as ações na B3. O banco mantém preço-alvo de R$ 3,40, frente os R$ 2,33 atuais.
Leia mais: Afinal, a Oi vai se recuperar? Veja por que os leilões e a fibra óptica podem redimir a operadora
A TIM teve queda de 6% em sua base de clientes no ano até o momento, com, no entanto, aumento da receita por unidade. O Bradesco espera que a receita cresça 5,4% em 2021. A TIM Live deve ter crescimento de 27% em 2021, na previsão do banco, compensando pela retração em 11% de outros serviços. O Bradesco espera que o lucro Ebitda cresça 6,3% em 2021. E que a conclusão da venda da TIM Live ocorra no primeiro trimestre de 2021. O banco mantém preço-alvo de R$ 19,5, frente os R$ 14,27 atuais.
O banco avalia que a Vivo mantém um bom crescimento de usuários, que deve impulsionar o faturamento. O Bradesco espera que a base de clientes de celular cresça 5% em 2020 o que, junto ao ao ajuste da inflação e dos preços de pré-pagos, deve impulsionar o faturamento com serviços em 2,2% em 2021, na avaliação do banco. Com a propagação da FTTH em substituição a outras tecnologias, a receita com banda larga deve crescer 13% em 2021, atingindo cerca de 11% da receita total. O Bradesco mantém preço-alvo de R$ 61, frente os R$ 44,31 atuais.
(com informações da Agência Estado, Bloomberg e Reuters)
Treinamento gratuito: André Moraes mostra como identificar operações com potencial de rentabilidade na Bolsa em série de 3 lives – assista!