“Do ponto de vista do governo, não existe prorrogação de auxílio emergencial”, diz Guedes
novembro 23, 2020
SÃO PAULO – O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou, nesta segunda-feira (23), que o auxílio emergencial não deverá ter uma nova prorrogação e será extinto no fim do ano. Para ele, a pandemia do novo coronavírus perdeu força no País e a atividade econômica tem dado sinais de retomada “com muita força”.
Em videoconferência com investidores, o ministro disse que o benefício, criado para atender trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados, que ficaram sem renda durante a crise sanitária, e beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família, poderia ter tido duração de até um ano se o valor das parcelas pagas fosse de R$ 200, conforme propôs o governo.
Quando aprovado pelo Congresso Nacional, o programa teve o valor das parcelas fixado em R$ 600, com anuência do próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O benefício, com duração inicial prevista em três parcelas, sofreu duas prorrogações, sendo que na última (setembro), o valor foi reduzido pela metade.
“Os fatos são que a doença cedeu bastante e a economia voltou com muita força. Do ponto de vista do governo, não existe prorrogação de auxílio emergencial”, afirmou o ministro.
Durante o encontro virtual, Guedes reconheceu a pressão política por uma nova prorrogação do auxílio emergencial, mas afirmou que o governo atuará com “evidências empíricas”.
“Estamos preparados para reagir, mas não adianta criar fatos que não existem. Se tiver segunda onda [da pandemia], já sabemos como reagir, o que funcionou e o que não funcionou, sabemos o nome dos beneficiários que realmente precisam”, disse.
O auxílio emergencial foi a medida mais cara lançada no pacote de enfrentamento à covid-19. Considerando as nove parcelas do benefício, o impacto fiscal é estimado em R$ 322 bilhões.