Oferta de vacina da AstraZeneca-Oxford pode ser limitada
novembro 23, 2020
A corrida para a compra de vacinas está prestes a começar. Depois da Moderna e da Pfizer, AstraZeneca e Universidade de Oxford também anunciaram que sua vacina contra a Covid-19 parece funcionar. Embora os dados dos parceiros do Reino Unido não pareçam tão positivos, reguladores poderiam liberar qualquer uma das vacinas para uso emergencial nas próximas semanas.
O mundo precisa de tantas vacinas quanto possível para acabar com a pandemia, disse o diretor-presidente da AstraZeneca, Pascal Soriot. Pfizer, Moderna e AstraZeneca “não têm capacidade de produção suficiente para o mundo”, disse. “Na verdade, não há competição.”
A Pfizer e a Moderna podem ter uma vantagem inicial ao lidar com os desafios de fabricação, pois sua nova tecnologia de RNA mensageiro pode ser ampliada de forma relativamente simples. A empresa dos EUA disse que pode produzir 50 milhões de doses da vacina que desenvolveu em parceria com a BioNTech até o fim do ano. A Moderna disse que pode produzir cerca de 20 milhões de doses para os EUA até janeiro.
“Sempre soubemos que precisaríamos de várias vacinas para o mundo, porque nenhum desenvolvedor, nenhum fabricante, será capaz de produzir o suficiente para cobrir todos os lugares”, disse Sarah Gilbert, professora de Oxford que liderou o desenvolvimento da vacina. “Temos que pensar em vacinar comunidades, populações, reduzir a transmissão dentro dessas populações, para que possamos realmente superar esta pandemia.”
A AstraZeneca está atrasada em relação às metas de produção no Reino Unido. A expectativa é ter 4 milhões de doses em frascos para o país até o fim do ano, bem menos do que os 30 milhões que haviam sido previstos até setembro.
No total, a empresa diz que terá 20 milhões de doses da substância a granel para o Reino Unido até o final de 2020, mas essas vacinas precisam ser colocadas em frascos. Ao final do primeiro trimestre, terá 300 milhões de doses prontas disponíveis no mundo todo, disse Pam Cheng, responsável por operações globais.
Dosagem reduzida
Haverá mais disponibilidade se a AstraZeneca obtiver a aprovação para um regime reduzido de meia dose seguida de uma inteira, que foi mais eficaz do que uma dosagem completa de duas doses nos resultados publicados na segunda-feira.
“Essas coisas nunca são fáceis”, disse Matthew Duchars, CEO do Centro de Inovação e Produção de Vacinas, ou VMIC na sigla em inglês, apoiado pelo governo do Reino Unido e que ajudou na produção. “Não é o caso de apertar o botão e ser capaz de fabricar direto do portão.”
Colocar a produção da vacina da AstraZeneca em andamento levou meses de preparação e testes. A vacina usa um vírus inofensivo do resfriado comum com a proteína spike do coronavírus para gerar uma resposta imune.
“A velocidade de implantação é determinada pela velocidade de fabricação”, afirmou o secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, em entrevista à rádio BBC. “A maior parte da distribuição será no ano novo.”
O VMIC, concebido na esteira do surto de ebola há mais de quatro anos, utiliza financiamento do governo do Reino Unido para construir uma instalação ao sul de Oxford e aumentar a capacidade de produção de vacinas no combate à pandemias. Quando concluído, no final do ano que vem, será capaz de fabricar 70 milhões de doses de vacinas em apenas quatro meses.
Fora do Reino Unido, a produção é acelerada e alguns países podem fazer estoques mais rapidamente. O Serum Institute of India, o maior fabricante mundial de vacinas, tem como meta 100 milhões de doses até dezembro. Esse volume inicial irá para a Índia, de acordo com o diretor-presidente do Serum, Adar Poonawalla. O Serum produziu 40 milhões de doses e, no próximo ano, planeja dividir os suprimentos entre a Índia e a iniciativa Covax para comprar vacinas para países pobres.
A vacina AstraZeneca-Oxford é muito mais fácil de armazenar e distribuir, pois só precisa ser mantida refrigerada, enquanto as vacinas de mRNA da Moderna e Pfizer precisam ser congeladas.
A AstraZeneca também poderia oferecer uma das vacinas mais baratas contra a Covid, por US$ 4 a US$ 5 por dose, de acordo com a empresa. Para os países pobres, pode se tornar a vacina preferida.
O lado desconhecido das opções: treinamento gratuito do InfoMoney ensina a transformar ativo em fonte recorrente de ganhos – assista!