Tesouro Direto: títulos com retornos indexados à inflação operam em queda nesta sexta-feira
novembro 20, 2020
SÃO PAULO – O mercado de títulos públicos negociados por meio do Tesouro Direto, programa de compra e venda voltado para pessoas físicas, iniciou os negócios desta sexta-feira sem direção definida.
Enquanto os papéis com retornos indexados à inflação registram leve queda, títulos com rentabilidade prefixada operam sem uma trajetória única.
Embora seja o Dia da Consciência Negra, não será feriado na capital paulista. Por causa da pandemia do coronavírus, o feriado foi antecipado para o mês de maio. Bancos e comércio funcionarão normalmente, assim como a B3.
No Tesouro Direto, destaque nesta manhã para o Tesouro IPCA+ 2035, com prêmio de 4,14% ao ano mais a variação da inflação na abertura do dia, ante uma taxa de 4,18% no fechamento de quinta-feira. O Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2055, por sua vez, registrava um recuo dos prêmios de 4,29% para 4,26% ao ano.
Já na parcela de papéis prefixados, o Tesouro Prefixado 2023 pagava juro de 5,15% a.a. nesta manhã, ante 5,11% a.a. na tarde de ontem. O mesmo título com vencimento em 2026 operava próximo da estabilidade, com prêmio de 7,46% a.a., ante uma taxa anual anterior de 7,45%.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta sexta-feira (20):
Declarações de Guedes no foco
Com uma agenda esvaziada de indicadores no Brasil, as atenções recaem sobre declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que disse ontem que, após o período eleitoral, pretende voltar a tratar da criação de um imposto sobre transações, nos moldes da extinta CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras). A fala ocorreu em videoconferência promovida pelo banco Bradesco.
Guedes, que rejeita a referência à CPMF, afirmou que o plano inicial prevê a taxação de recursos enviados por meio do Pix, sistema de transferência de pagamentos instantâneos inaugurado nesta semana.
As alíquotas devem ser baixas, em torno de 0,10% e 0,15%. Estudos iniciais do Ministério da Economia falavam em alíquotas em torno de 0,20%.
Guedes ainda afirmou que a reforma tributária poderia ser destravada ainda em 2020 “por um milagre”, e criticou a proposta presente na Câmara. Segundo ele, para manter a arrecadação em patamares adequados, a alíquota sobre consumo deveria ser superior a 30%, o que impactaria o consumo. Por isso, defende a taxa sobre as transações.
Também em destaque, em meio à crescente desconfiança de investidores em relação ao quadro fiscal brasileiro, Guedes garantiu que fará “o que for necessário” para reduzir a dívida e citou, entre o cardápio de medidas para atingir esse objetivo, a possibilidade de “até vender um pouco de reservas”.
No que diz respeito ao avanço da epidemia de coronavírus no Brasil, o país registrou 35.918 novos casos, alta de 70% em 14 dias, segundo dados do Ministério da Saúde. Até a manhã de sexta-feira, 168.061 pessoas morreram com a doença no país.
Agenda externa
No cenário internacional, a sessão também é de desempenho “morno” para os principais mercados mundiais, com os investidores monitorando as falas do Federal Reserve e do Tesouro dos EUA sobre os programas de estímulos à economia do país.
Steven Mnuchin, secretário do Tesouro dos EUA, disse aos parlamentares que eles devem redirecionar US$ 580 bilhões de estímulo não gasto.
Ele ainda escreveu uma carta ao presidente do Fed, Jerome Powell, exigindo a devolução do dinheiro que o governo fornece ao banco central para que ele possa emprestar a certos mercados em tempos de estresse; minutos depois, o Fed divulgou comunicado instando que “todo o conjunto” de medidas fosse mantido até 2021.
Enquanto isso, o presidente eleito Joe Biden atacou a falta de cooperação do governo Trump na transição presidencial, com prejuízo à capacidade de sua equipe de obter informações atualizadas sobre a pandemia.
Na Europa, economias importantes, como França, Reino Unido e Alemanha, continuam a implementar diferentes níveis de lockdowns, com aumento dos casos. Mesmo assim, o número de infecções continua a aumentar.
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