O rico setor dos grupos de concessionárias

O rico setor dos grupos de concessionárias

novembro 17, 2020 Off Por JJ

Concessionária de veículos
(Shutterstock)

Caros leitores, digníssimas leitoras: saiu a última edição do Valor 1000 (com resultados do ano de 2019), do jornal Valor Econômico. No material que o jornal publica anualmente, são listadas as 1 mil maiores empresas que atuam no Brasil.

Logicamente que, quando falamos de Brasil, uma coisa que é extremamente difícil de obtermos é informação. O foco que abordaremos aqui será sobre o resultado dos principais grupos de concessionárias no Brasil. O resultado das montadoras aqui no Brasil é mais ou menos como aquele meme: NUNCA NEM VI!

E por que vamos abordar grupos de concessionários? Bom… quando falamos destes grupos lá na “Bidenlândia”, existe uma quantidade gigantesca de empresas listadas na NYSE, tais como: CarMax, AutoNation, Penske, Lithia, Group 1 Automotive (atua no Brasil), Sonic, entre outros.

E, apesar de ainda estarmos estagiando no setor, os resultados destas empresas por lá são excelentes! Por exemplo, se pegarmos o S&P 500 de janeiro a outubro, ele registra uma evolução de 0,38%. Já o resultado dos grupos de concessionárias apresenta crescimento médio de 8,33%, ou 2.220% a mais que o S&P 500.

E o que verificamos na edição do Valor 1000? Que existem 16 grupos de concessionárias dentro das 1.000 maiores empresas do Brasil.

Mas vamos utilizar o resultado de 14 grupos (os outros 2 não publicaram todas as informações) para fazer alguns exercícios.

Esses 14 grupos tiveram uma receita liquida combinada superior a R$ 20 bilhões.

O que percebemos num primeiro momento é que, no setor da distribuição de veículos, existem MEGA GRUPOS e depois GRANDES GRUPOS. A diferença na Receita Líquida entre os MEGA concessionários (SAGA e ÁGUIA BRANCA) para os GRANDES concessionários é de uns 300%.

Mas aí, vamos fazer um filtro dos grupos “bilionários”, com as empresas que estão listadas na B3 (RANDON e MARCOPOLO).

Notaram?

Existem grupos de concessionárias que tiveram uma receita líquida maior do que a de duas empresas listadas na B3 e que, em algum momento, já foram as queridinhas de vários analistas.

Mas convenhamos… o que importa mesmo é dinheiro no bolso. Então, vamos ao que interessa, que é a margem Ebitda. E aqui é onde a porca torce o rabo!

Ainda dentro da publicação Valor 1000, o único dado de montadora que conseguimos coletar foi o da Renault. E, em 2019, a margem Ebitda da Renault foi de 7%, basicamente o mesmo resultado da média das nossas concessionárias, que foi de 6,88%.

Você, caro leitor, deve estar imaginando: “o estagiário está mostrando dados de 2019”… “o desempenho destas empresas deve ter ido lá para o porão neste ano”.

Não necessariamente. Teve gente que sofreu… mas diria que, daqui a um ano, quando formos analisar os resultados de 2020, teremos grandes surpresas e, provavelmente, o número de participantes tenderá a aumentar na próxima edição.

O ponto central para nós que flutuamos no universo automotivo é que a cada dia que passa vemos alguns destes grupos (e outros não apontados pelo Valor 1000) se estruturando para fazer uma abertura de capital na B3.

Aquilo que várias empresas tentaram fazer há uns 10-15 anos e as “n” crises econômicas do país retardaram esse processo. Mas nos parece que, em um próximo ciclo de crescimento da economia, poderemos ver algum destes nomes num IPO.

Outro ponto é que também existe um movimento de “n” fundos de investimentos no sentido de gerar sinergia com boa parte destes grupos.

Em resumo: vislumbramos grandes movimentações neste setor…

OBSERVAÇÃO: como falei no começo do texto, o que falta no Brasil é informação! Três dos grupos principais do setor – se eles não forem os três maiores – não estão nesta edição pois não publicaram seus dados: CAOA; Parvi e Barigui. Além disso, existe uma quantidade significativa de outros grupos que entrariam no clube do bilhão!

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