Suzano tem prejuízo de R$ 1,157 bi, B2W diminui resultado negativo, Americanas lucra R$ 50 mi; novo CEO do Itaú e mais
outubro 30, 2020
SÃO PAULO – A temporada de resultados tem como destaque nesta sexta-feira (30) a repercussão dos números da Suzano, B2W, Lojas Americanas, Totvs, Fleury e Transmissão Paulista. Já o conselho de administração do Itaú Unibanco escolheu o executivo Milton Maluhy Filho como o novo presidente da instituição financeira. Confira os destaques:
A Suzano Papel e Celulose reportou prejuízo líquido de R$ 1,157 bilhão no terceiro trimestre de 2020. O valor representa queda de 66,54% na comparação com o prejuízo líquido de R$ 3,460 bilhões de igual período do ano anterior. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 29, em balanço enviado à CVM.
A empresa reportou ainda prejuízo líquido atribuído aos sócios da empresa controladora de R$ 1,160 bilhão. O valor representa queda de 66,47% na comparação com o prejuízo líquido atribuído aos controladores de R$ 3,460 bilhões em igual período do ano anterior.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu R$ 3,779 bilhões, alta de 58% ante o mesmo período do ano passado. Enquanto isso, a receita da companhia fechou o trimestre em R$ 7,470 bilhões, crescimento de 13,2% ante R$ 6,599 bilhões registrado na mesma base de comparação.
A empresa informou que o período foi marcado, mais uma vez, pela sólida capacidade de geração de caixa, pelo forte volume de vendas, mesmo diante do trimestre sazonalmente mais fraco do ano, e pela redução da dívida líquida e da alavancagem.
Lojas Americanas (LAME4)
A Lojas Americanas registrou lucro líquido consolidado de R$ 49,9 milhões no terceiro trimestre de 2020, um avanço de 3,5% em relação ao mesmo período de 2019. Em 9 meses, a rede de varejo acumula prejuízo de 6,4 milhões, ante lucro de R$ 107,4 milhões no ano passado.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da controladora entre julho e setembro ficou em R$ 504 milhões, queda de 5,3% na comparação anual. Levando-se em conta o resultado consolidado, o indicador somou R$ 714,9 milhões, recuo de 7,1%.
No critério ajustado, o Ebitda da controladora foi de R$ 597,2 milhões no trimestre, queda de 1,3%. No resultado consolidado, o valor foi de R$ 754,8 milhões, praticamente estável em relação ao mesmo período de 2019 (R$ 757 milhões). Segundo explica a Lojas Americanas, houve um aumento na linha “Outras despesas operacionais” principalmente por conta de doações relacionadas à covid-19 e aumento dos custos para preservação da saúde de clientes e funcionários. Essa linha teve um impacto negativo de R$ 30,9 milhões no trimestre.
A receita líquida da Lojas Americanas no terceiro trimestre foi de R$ 2,565 bilhões, queda anual de 1,3%, quando se mede o desempenho da controladora. No balanço consolidados, as receitas somaram R$ 5,128 bilhões, aumento de 21%. A venda bruta de mercadorias (GMV) ficou em R$ 9,895 bilhões no período, aumento de 31,1%.
A Lojas Americanas fechou setembro com um caixa líquido de R$ 28,5 milhões, com dívida bruta de R$ 8,208 bilhões e disponibilidades de R$ 8,236 bilhões. No balanço consolidado, o caixa líquido estava em R$ 4,930 bilhões. Isso por conta da oferta subsequente de ações (follow on) da Americanas e aumento de capital da B2W.
O grupo de comércio eletrônico registrou prejuízo de cerca de R$ 36,8 milhões no terceiro trimestre ante prejuízo de R$ 102,5 milhões no mesmo período de 2019, ou uma queda de 64,1%, com forte crescimento de vendas na esteira de medidas de quarentena contra a Covid-19.
A B2W teve alta de 65,7% no Ebitda ajustado do trimestre, a R$ 252 milhões. A receita líquida de vendas e serviços subiu 58,5% na base de comparação anual, passando de R$ 1,68 bilhão para R$ 2,66 bilhões. A margem Ebitda, por sua vez, subiu de 9,1% para 9,5%.
Dona de sites como Submarino e Americanas.com, a B2W viu as vendas totais no conceito GMV subirem 56,2% no trimestre sobre um ano antes, totalizando R$ 7,26 bilhões.
A base de clientes ativos cresceu em 5,9 milhões, para 20,8 milhões. Já a de vendedores no marketplace da empresa cresceu em cerca de 10 mil, para quase 80 mil. No fim de 2019, o número de vendedores era 46,8 mil.
A produtora de software corporativo Totvs teve alta de 3,8% no lucro líquido ajustado, passando para R$ 82,5 milhões no terceiro trimestre de 2020.
A companhia, que tenta comprar a rival Linx (LINX3), viu seu Ebitda ajustado subir 34%, a R$ 161,4 milhões, acima dos R$ 140,8 milhões esperados, em média, por analistas, de acordo com compilação da Refinitiv.
A divisão de tecnologia da empresa teve alta de 9,4% na receita líquida, com o total de despesas subindo cerca de 15%. A empresa afirmou que a provisão para inadimplência subiu 31,7% no período, para cerca de 8 milhões de reais, enquanto as despesas gerais e administrativas cresceram 28%.
A Totvs afirmou que como percentual da receita líquida, porém, a provisão caiu de 3,3% para 1,3%. “O avanço no cenário de crédito ainda não foi suficiente para trazer a PCLD ao patamar de 1% da receita líquida de tecnologia do terceiro trimestre de 2019”, disse a companhia.
A divisão de produtos de crédito viu a receita cair 11%, a 48,6 milhões de reais. O Ebitda da unidade recuou quase 27%.
O Fleury teve alta de R$ 132,1 milhões no terceiro trimestre, alta de 45% na comparação anual. A companhia teve melhora dos indicadores financeiros e operacionais no terceiro trimestre, uma vez que a gradual flexibilização do isolamento social permitiu ao grupo de medicina diagnóstica ampliar receitas com consultoria e retomar procedimentos represados durante o pico da Covid-19.
Além da retomada dos chamados serviços eletivos, o Fleury teve o faturamento reforçado com a venda de testes para o coronavírus -já foram mais de 1,3 milhão – e por mais de 500 contratos de consultoria para empresas que estão retomando as atividades produtivas.
A receita líquida do trimestre teve alta 15,7%, totalizando R$ 874,6 milhões. O Ebitda foi de R$ 323,8 milhões, 35,7% de alta na base anual e acima da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de R$ 211,1 milhões. A margem Ebitda subiu 5,4 pontos percentuais, para 37%.
Transmissão Paulista (TRPL4)
A Transmissão Paulista registrou leve queda de 2,4% do lucro líquido no terceiro trimestre em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, totalizando R$ 400,6 milhões.
“O reajuste da Receita Anual Permitida (RAP) para o Ciclo 2020/2021 impactou o resultado em função da contabilização da Parcela de Ajuste (PA)”, destacou.
A receita líquida regulatória subiu 24,7%, para R$ 821,3 milhões. O Ebitda teve alta de 31,1%, a R$ 668 milhões.
Nos primeiros nove meses do ano, a companhia fez investimentos de R$ 920 milhões, 91,1% maior a igual período de 2019. Do total, R$ 793,6 milhões foram destinados aos 13 projetos em construção arrematados em leilão, sendo o restante direcionado a reforços e melhorias das linhas existentes – vertente que a companhia pretende expandir nos próximos anos, já tendo autorizações para mais de R$ 1 bilhão de investimentos.
O retorno líquido sobre o patrimônio foi de 23,1%, alta de 3,4 pontos percentuais.
Itaú Unibanco (ITUB4)
O conselho de administração do Itaú Unibanco escolheu o executivo Milton Maluhy Filho como o novo presidente da instituição financeira. Ele assume o cargo no próximo dia 2 de fevereiro de 2021, após um período em que trabalhará em conjunto com o atual presidente, Candido Bracher, que deixa o cargo porque vai completar a idade máxima para permanência no posto, de 62 anos, em dezembro. O banco anunciou a decisão na noite desta quinta-feira, 29.
Maluhy Filho, de 44 anos, está no banco desde janeiro de 2002. Ele exerceu, nesses 18 anos, diversas posições dentro do Itaú, incluindo diretor executivo da Rede (empresa de máquinas de pagamento) e da área de cartões de crédito. Em 2011, aos 35 anos, o executivo se tornou sócio do banco.
Ele também foi presidente do banco no Chile e vice-presidente da área de riscos e finanças. “Em todas estas posições sempre se destacou pela determinação na busca de resultados, pelo foco no interesse do cliente (…) e pela grande identificação com a nossa cultura”, disse o Itaú, em comunicado divulgado para os funcionários e assinado pelos copresidentes do conselho da instituição, Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal.
A busca por um executivo mais jovem reflete tanto a possibilidade de permanência de um período mais longo no cargo quanto o desafio de digitalização que o Itaú tem pela frente.
Candido Bracher substituiu Roberto Setubal, que faz parte de uma das famílias controladoras da instituição, e vai permanecer no cargo por pouco menos de quatro anos. Depois de seis meses dividindo as tarefas com Setubal, ele se tornou presidente de fato da instituição em abril de 2017.
(com informações da Agência Estado e Reuters)
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