Ibovespa Futuro cai seguindo exterior com proliferação da Covid nos EUA e frustração com pacote de estímulos
outubro 28, 2020
SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro tem queda nesta quarta-feira (28) conforme crescem as preocupações de que o aumento de novos casos de coronavírus paralise a recuperação da economia americana. Ao mesmo tempo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu que não haverá pacote de estímulos antes das eleições.
A média móvel de novas infecções pela Covid-19 nos EUA atingiu um recorde de 69.967, de acordo com dados compilados pela universidade Johns Hopkins. As internações por conta do doença cresceram 5% ou mais em 36 estados do país.
Por aqui, o ministro da Economia, Paulo Guedes, culpou a política pelo atraso na agenda de privatizações, ao passo que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), culpou a base aliada do governo pela demora.
Às 09h11 (horário de Brasília), o índice futuro para dezembro tinha queda de 0,96%, aos 97.905 pontos.
O dólar futuro com vencimento em novembro registrava alta de 0,62%, a R$ 5,742.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe dois pontos-base a 3,49%, o DI para janeiro de 2023 tem alta de quatro pontos-base a 5,03%, o DI para janeiro de 2025 avança nove pontos-base a 6,79% e o DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de oito pontos-base a 7,62%.
Ainda sobre o coronavírus, na Europa, autoridades vêm instituindo novas restrições nas últimas semanas. A França registrou 52 mil novos casos no domingo, e dois terços da população do país já vivem sob um toque de recolher noturno.
De acordo com a imprensa francesa, o presidente Emmanuel Macron deve anunciar novas medidas de contenção do vírus na noite desta quarta-feira, e há especulação sobre a possibilidade de estabelecer um novo lockdown em certos locais do país.
Países do bloco europeu já adquiriram mais de um bilhão de doses de vacinas que estão sendo desenvolvidas contra o vírus.
Vale lembrar que hoje tem decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) depois do fechamento do pregão.
Perda de leitos e privatizações no SUS
Na terça-feira, um decreto do governo federal incluiu as unidades básicas de saúde no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), um programa de concessões e privatizações do governo federal. O documento é assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
O documento determina que sejam feitos estudos “de parcerias com a iniciativa privada para a construção, a modernização e a operação de unidades básicas de saúde”. O governo pretende estruturar projetos-piloto para esse tipo de parcerias, e afirmou à folha que analisa possíveis “modelos de negócios”.
A medida deve sofrer resistência, pois há temor de que afete políticas de saúde básica. Em vídeo divulgado na terça-feira, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, disse enxergar a privatização dos postos de saúde. Ele afirmou que o conselho estuda possíveis medidas legais.
Além disso, a Folha de S. Paulo estampa como reportagem de capa o fechamento de leitos de UTI após a queda do número de casos de covid no Brasil. Até janeiro, o setor privado tinha 22.586 leitos de UTI, e o SUS tinha 22.841, segundo dados do Conselho Federal de Medicina.
A partir de abril, o governo abriu outros 14.843 leitos de UTI para adultos e 249 pediátricos. Quase dois terços foram fechados, e restam 5.233 deste excedente.
Agora, secretários estaduais de Saúde dialogam com o governo para que mantenha pelo menos 5.000 dos novos leitos em regiões que sempre tiveram falta. Os leitos extras podem se mostrar necessários caso o Brasil apresente a aceleração de novos casos de coronavírus, como vem ocorrendo nos Estados Unidos e na Europa, onde há temor de um novo colapso de hospitais devido a internações.
Radar corporativo
Depois do fechamento, serão divulgados os números da Petrobras (PETR3; PETR4), Vale (VALE3) e Bradesco (BBDC3; BBDC4).
Para a mineradora, a expectativa é de um terceiro trimestre positivo, impulsionado por maiores preços e vendas de minério de ferro. A Petrobras, por sua vez, deve ter resultados sequencialmente melhores com a alta de 6,6% da produção de petróleo e o avanço de 30% do barril do Brent no período. O Bradesco deve ter lucros maiores do que os registrados nos dois primeiros trimestres e uma queda no custo de risco.
Na terça-feira, a Smiles anunciou lucro líquido de R$ 50,2 milhões no terceiro trimestre de 2020.
A Localiza anunciou lucro líquido acima das expectativas, de R$ 325 milhões, levando o Credit Suisse a reforçar a avaliação de outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado).
E a Cielo anunciou lucro líquido de R$ 100 milhões. O Credit Suisse manteve recomendação neutra para a companhia (expectativa de valorização dentro da média do mercado).
As vendas brutas do Carrefour no terceiro trimestre atingiram R$ 19,3 bilhões, um resultado classificado como “excepcional” pelo Credit Suisse.
A Notre Dame acertou a compra do Hospital Santa Brígida, em Curitiba, por R$ 48,5 milhões.
A Localiza anunciou que elevou o plano de recompra de debêntures para $ 1,3 bilhão.
E o BNDES afirmou que votará em assembleia a favor de processo contra os irmãos Batista, donos da JBS.
A Petrobras anunciou a compra da plataforma P-71, no Espírito Santo, por US$ 353 milhões e ainda a alteração de sua política de dividendos, permitindo o pagamento de dividendos mesmo sem lucro contábil.
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