Ação da Braskem sobe 8% com elevação de recomendação; Petrobras e Vale avançam
abril 14, 2020SÃO PAULO – Em uma sessão de fortes ganhos para o Ibovespa, em meio aos sinais de início de abertura em alguns países da Europa com sinais de ter passado o pior do coronavírus e também por conta de dados econômicos positivos da China, quem ganha destaque é a Braskem, que sobe forte, cerca de 8%, com elevação de recomendação pelo Morgan Stanley.
Vale, Petrobras e bancos, também em um dia de ânimo para o mercado, sobem forte, com destaque para a mineradora, com os dados positivos de comércio exterior na China. O minério negociado em Qingdao avançou 1,1%, a US$ 86,10.
A Eneva Energia comunicou na noite de ontem que a AES Tietê já tem conhecimento detalhado da proposta de aquisição feita pela empresa há mais de 40 dias. As duas ações registram ganhos superiores a 4%. Confira os destaques:
O banco Morgan Stanley elevou a ação da petroquímica Braskem para Overweight – acima da média de mercado, citando como fatores o preço mais baixo do petróleo e o dólar mais forte, que devem favorecer a empresa brasileira.
Segundo o banco americano, a ação BRKM5 oferece “um bom momento de entrada” para investidores que queiram comprar o papel, que tem potencial de valorização. O desinvestimento dos dois controladores da petroquímica, a Odebrecht e a Petrobras, ainda não foi precificado pelo mercado. “Acreditamos que esse desinvestimento acontecerá nos próximos dois anos”, avalia o Morgan Stanley. “A alavancagem pode ser uma preocupação, mas nós não vemos riscos de liquidez no curto prazo e a Braskem continua a gerar muito caixa”, comenta o Morgan Stanley.
O banco avalia que a petroquímica não precisa e não entrará em um ciclo de investimentos, o que deve garantir um retorno adequado. Outro fator positivo é que a Braskem resolveu seu problema no Estado de Alagoas no ano passado. O novo preço-alvo do Morgan para a ação BRKM5 é de R$ 26,20 para 2020. O preço antigo era de R$ 35,00.
A Azul comunicou após o fechamento do mercado na última segunda-feira, que seu controlador e fundador, David Neeleman, reduziu em quase 50% sua participação na aérea, conforme formulário de posição consolidada enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Clique aqui para acessar o comunicado.
Neeleman vendeu 9,3 milhões de PNs, diminuindo o total de PNs de 11,4 milhões para 2,11 milhões e levantando R$ 155,3 milhões com as vendas.
As vendas ocorreram entre os dias 12 e 18 de março e foram feitas pela corretora do Citigroup, atingindo preços de R$ 10,60 a R$ 23,54. O maior volume financeiro transacionado ocorreu no dia 16, quando houve a venda de 2,75 milhões de ações PNs a um preço de R$ 17,16, totalizando um volume de R$ 47,20 milhões.
Neeleman começou a se desfazer de sua posição acionária quando os papéis já estavam sofrendo uma forte queda por conta da crise do novo coronavírus (Covid-19), que levou a restrições de viagens no mundo todo. No ano, os papéis caem 72,29%.
O empresário, contudo, mantém o controle da Azul através das ONs, que proporcionam direito a voto, com 622 milhões de papéis. Cada ação preferencial vale 75 ações ordinárias. Assim, ele possui 8 milhões de ações preferenciais equivalentes, na forma de ações ordinárias. Esse montante, somado às 11,4 milhões de ações preferenciais originais, atingiam as 19 milhões de “ações preferenciais ajustadas”, conforme destaca a companhia. Desta forma, depois da venda de 9,3 milhões de papéis preferenciais, ele possui participação de 3,05% do capital total da Azul, ante 5,8% detidos anteriormente.
Em comunicado, a Azul informou que a redução de fatia de Neeleman foi execução de garantia. O fundador da companhia fez um empréstimo pessoal de US$ 30 milhões em 2019, usando como garantia parte de suas ações na empresa, aponta o informe.
O impacto da pandemia do Covid19 no mercado de ações ocasionou uma chamada de margem no empréstimo, e não houve tempo para levantar a liquidez adequada para evitar a execução a garantia,
diz a Azul. Neeleman “não vendeu de maneira ativa nenhuma ação da Azul”, diz a empresa.
A Eneva Energia comunicou na noite de ontem que a AES Tietê (TIET11) já tem conhecimento, em detalhes, da proposta para a sua aquisição. A proposta prevê o pagamento de R$ 2,75 bilhões aos acionistas da AES Tietê pela Eneva e a incorporação da holding da empresa paulista pela fluminense. O acordo prevê que, além do pagamento, serão emitidas 91,9 milhões de novas ações ordinárias da Eneva, que serão trocadas na razão de uma para uma para cada ação ordinária da holding AES Tietê.
“Os termos vigentes da operação proposta pela Eneva, apresentados anteriormente à epidemia causada pelo Covid-19, são vantajosos aos acionistas da AES Tietê, que receberão parcela significativa em dinheiro”, declarou a Eneva, que terá uma reunião no dia 21 de abril para discutir a oferta. A AES Tietê confirmou que recebeu os documentos, analisa a proposta e elogiou a extensão do prazo da oferta, pela parte da Eneva.
Hermes Pardini (PARD3)
O Conselho de administração do Instituto Hermes Pardini aprovou na noite de ontem a captação de R$ 200 milhões no Itaú Unibanco e no Santander. A rede de laboratórios captará R$ 100 milhões em cada banco, com vencimento em 12 meses, pagando 100% da taxa DI mais 3,45% ao ano no Itaú e 100% da DI mais 3,65% ao ano no Santander. O Hermes Pardini usará os recursos para aumentar a liquidez de caixa no cenário “de volatilidade, em razão da pandemia mundial do coronavírus”.
Em outro comunicado, o Hermes Pardini informou que proporá um aumento de capital de R$ 89,3 milhões na empresa, na próxima assembleia geral extraordinária em Belo Horizonte (MG) em 28 de abril.
No ano passado, o Hermes Pardini apurou um lucro líquido de R$ 158 milhões. A empresa informou que distribuiu R$ 34 milhões aos acionistas em juros sobre o capital durante o ano passado. Se o aumento for aprovado, o capital social da empresa subirá para R$ 425,4 milhões, incorporando parte da reserva de lucros. O Conselho também deverá propor a distribuição complementar de R$ 2,9 milhões em dividendos aos acionistas. A rede de laboratórios informou que planeja investir R$ 107 milhões em 2020.
Transmissão Paulista (TRPL4)
A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) informou que pagará juros sobre capital próprio aos acionistas no valor total de R$ 150,3 milhões, correspondente a R$ 0,228164 para cada ação. Segundo a empresa, o pagamento ocorrerá dia 29 de abril. A data de corte será 16 de abril e a partir do dia 17 as ações TRPL3 e TRPL4 serão negociadas ex-juros sobre o capital próprio.
Camil (CAML3)
A Camil Alimentos ingressou com uma solicitação de acesso junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para participar como interessada no processo que avalia a compra da divisão de café da Mitsui pelo Grupo 3corações, informa o jornal Valor Econômico.
No documento, assinado pelo advogado Olavo Chinaglia, a líder brasileira do mercado de arroz e feijão sustenta que a aquisição teve “o efeito de dificultar o ingresso da Camil no mercado de café”.
Burger King (BKBR3)
O Burger King Brasil recebeu R$ 50 milhões de empréstimo, junto ao banco Itaú BBA, para preservação da saúde do caixa, prejudicado pela pandemia de coronavírus.
Com prazo de até um ano, a contratação do crédito bancário foi aprovada pelo Conselho de Administração da companhia no dia 7 de abril.
Em continuidade do fato relevante do dia 27 de março, a empresa destacou que o cenário de incertezas econômicas e políticas no Brasil, desencadeado pela Covid-19, impactou diretamente as operações da empresa, com a limitação na circulação de pessoas e o fechamento das lojas físicas afetando especialmente o caixa da companhia.
Yduqs (YDUQ3)
A Yduqs, antiga Estácio, informou na manhã de hoje que o Conselho de Administração e Defesa Econômica (CADE) aprovou a aquisição, sem restrições, da Adtalem Brasil Holding pela empresa. A Yduqs, segundo maior grupo de educação privada do Brasil, anunciou a aquisição em outubro do ano passado por R$ 1,9 bilhão. Com 102 mil alunos, a Adtalem é detentora das marcas Ibmec, Wyden, Damásio Educacional, Clio e SJT Med.
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