Anvisa libera a importação de 6 milhões de doses da CoronaVac
outubro 23, 2020
SÃO PAULO – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou na tarde desta sexta-feira (23) que autorizou a importação de 6 milhões de doses da CoronaVac, vacina fabricada pela Sinovac, biofarmacêutica chinesa.
A solicitação foi feita pelo Instituto Butantan, que produzirá a vacina chinesa em território nacional. Segundo a Anvisa, o tema foi discutido em Circuito Deliberativo, entre esta quinta e sexta-feira. O Circuito Deliberativo é uma instância de votação online dos diretores da agência, que aprovaram a importação das doses.
Mais cedo, Dimas Covas, diretor do Butantan, afirmou em entrevista coletiva que o cronograma estipulado pelo governo de São Paulo para a produção da CoronaVac estaria mantido, mesmo com o atraso da Anvisa em liberar a importação de matéria-prima da China. O governo paulista havia afirmado que, após a aprovação, São Paulo poderia iniciar vacinação contra covid-19 em 15 de dezembro.
No total, o contrato do governo de São Paulo com a Sinovac inclui a aquisição das 46 milhões de doses da CoronaVac. Esse primeiro lote de vacinas autorizado pela Anvisa virão prontas da China e as outras 40 milhões serão produzidas pelo Instituto Butantan.
A CoronaVac está na terceira fase de testes entre profissionais de saúde brasileiros, e é uma das vacinas mais adiantadas em termos de produção. Mas ela só será librada para a população após sua eficiência ser comprovada.
Também nesta sexta, o governo do estado de São Paulo anunciou a criação de mais seis novos centros para a realização de testes da CoronaVac em voluntários.
Disputa política
Analistas entendem que a vacina chinesa vem sendo alvo de disputa política. Segundo a análise da equipe de política da XP Investimentos, o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (22) ao vetar o acordo firmado pelo Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, e o governo do estado de São Paulo para a aquisição milhões de doses da CoronaVac simbolizou uma resposta política ao governador João Doria. Os especialistas não descartam, no entanto, possíveis mudanças de posição sobre o imunizante por parte do governo federal (saiba mais).