Morgan Stanley vê chance de compra de ações com eleições nos EUA
outubro 21, 2020
(Bloomberg) — A queda das bolsas nos Estados Unidos por causa de temores em relação às eleições seria uma oportunidade perfeita de compra, de acordo com o Morgan Stanley.
Mike Wilson, estrategista-chefe de renda variável do banco nos EUA, disse que há uma boa chance de os mercados caírem antes da eleição e que os investidores se tornaram complacentes recentemente com os riscos de uma longa batalha legal entre o presidente Donald Trump e o aspirante democrata Joe Biden.
“Se o S&P 500 caísse para 3.100 pontos e ainda não soubéssemos o que aconteceria com as eleições, estaríamos aumentando o risco naquele ponto”, mesmo sem saber o resultado, disse Wilson em entrevista por telefone.
Isso porque independentemente de quem ganhe as eleições, é quase certo que haverá mais estímulos econômicos, o que elevaria os preços dos ativos, disse Wilson, que previu corretamente a queda do mercado de setembro.
A expectativa do Morgan Stanley é que a eleição seja decidida até o feriado de Ação de Graças em 26 de novembro, o que deixa espaço para três semanas de incerteza para abalar os mercados. Os temores sobre outra alta dos casos de Covid-19, o prazo incerto de uma vacina e as negociações de estímulo paralisadas também pesam na confiança dos investidores, disse Wilson.
“Os mercados podem ficar mais defensivos”, antes que o vencedor da eleição seja declarado, afirmou. “Quando o resultado for conhecido, os preços das ações já podem estar mais baixos.”
As preocupações se Biden aumentará impostos corporativos são exageradas, disse Wilson, acrescentando que qualquer aumento provavelmente não entraria em vigor até 2022 e que o governo priorizaria o estímulo fiscal. É improvável que os democratas aprovem uma legislação tributária antes de junho e muito depende do estado da economia, afirmou.
Aumentar a alíquota do imposto corporativo para cerca de 28% reduziria os lucros do S&P 500 apenas em cerca de 6%, de acordo com o Morgan Stanley. Em comparação, o Goldman Sachs calcula que o impacto nos lucros seria de aproximadamente 9%.
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