Caixa reduz juros do financiamento imobiliário para 6,25%, amplia carência e informa novas medidas de crédito
outubro 14, 2020SÃO PAULO – A Caixa Econômica Social anunciou, nesta quarta-feira (14), novas medidas para o crédito imobiliário. A primeira novidade foi a redução da taxa mínima do financiamento na modalidade com juros e Taxa Referencial (TR) de 6,5% para 6,25% + TR ao ano. A nova taxa entra em vigor a partir de 22 de outubro.
“Com a nova taxa, a parcela inicial da prestação do financiamento pode cair cerca de 25% para o trabalhador”, explicou Pedro Guimarães, presidente da Caixa. A economia refere-se à simulação de um financiamento de R$ 200 mil, em 360 meses, comparando a nova taxa com os juros praticados pelo banco em dezembro de 2018. Confira:
Para Bruno Gama, CEO da CrediHome, fintech especializada em comparação de crédito, a mudança anunciada é positiva porque pode tornar o crédito imobiliário mais acessível.
“A intenção da Caixa foi se posicionar como o banco que vai oferecer a melhor taxa entre os principais players no produto indexado à TR, que é a mais popular do mercado hoje. Os concorrentes estão oferecendo taxas que estão em torno de 7%. Uma redução dessa pode ser atrativa”, disse.
Ainda, Guimarães destacou que o financiamento atrelado ao IPCA, modalidade de crédito imobiliário anunciada pela Caixa em agosto do ano passado, pode gerar uma economia maior ainda.
O InfoMoney já mostrou que, nas atuais condições de mercado, com a inflação baixa, de fato a modalidade atrelada ao IPCA é uma das mais baratas do mercado hoje. Porém, ela é mais arriscada e, se a inflação voltar a subir, ela pode se transformar em uma das opções mais caras para financiar a casa própria. Para comparar as opções, clique aqui.
“Para financiamentos de curto prazo essa opção atrelada ao IPCA pode fazer sentido porque a expectativa é de controle da inflação, por enquanto. Hoje a Selic está em 2% ao ano, mas no longo prazo não tem como garantir uma estabilidade. Por isso, a opção indexada à TR, que atualmente está zerada, é mais segura para o longo prazo e ideal para quem tem menos apetite ao risco”, explica Gama.
Prorrogação da carência de seis meses
O banco também anunciou que a medida que prevê carência de seis meses para o início do pagamento das parcelas dos novos financiamentos foi prorrogada até 30 de dezembro de 2020. Quando foi anunciada pela primeira vez, em 13 de abril, o prazo final ia até esta terça-feira (13), portanto, foi estendido.
“Na aquisição de imóveis novos, os clientes pessoas físicas poderão iniciar o pagamento do encargo mensal, composto de juros e amortização, apenas após seis meses da contratação”, disse Guimarães, ressaltando que os seguros e a taxa de administração do contrato são pagos normalmente, pois não são incluídos na carência.
Segundo ele, a medida é importante porque o país ainda sente os efeitos econômicos da pandemia. “Apesar de os preços dos imóveis estarem se recuperando, ainda há espaço para a população continuar a realizar o investimento no imóvel próprio. Por isso, estendemos os seis meses de carência para imóveis novos até o fim do ano”, explica.
A medida vale para qualquer cliente da Caixa, sendo Minha Casa Minha Vida ou pessoas de classe média.
Pagamento parcial da prestação
Outra novidade foi a possibilidade de os trabalhadores optarem por fazer um pagamento parcial da prestação. “O objetivo é apoiar as famílias que estão com dificuldades em retomar o pagamento integral das parcelas”, segundo Guimarães.
Serão duas possibilidades:
Valor da prestação | Prazo |
a) 75% da prestação | Por até seis meses |
b) Entre 50% e 75% das prestação | Por até três meses |
Assim, por exemplo, o cliente que arca com uma parcela de R$ 2 mil por mês, poderá optar por pagar R$ 1.500 por até seis meses, considerando a primeira opção, ou até mesmo R$ 1 mil por até três meses.
A expectativa é que mais de 620 mil clientes sejam beneficiados pela medida.
Segundo o presidente da Caixa, o banco atingiu a marca de R$ 500 bilhões em sua carteira de empréstimos para a casa própria neste mês, salto de 13,4% na comparação com janeiro de 2019.
Além disso, ganhou espaço no segmento do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), modalidade de empréstimos que utiliza recursos da poupança e tem foco na classe média: é responsável por 45% dos empréstimos do mercado nessa modalidade, ante 24,8% em janeiro de 2019.
Agora, o market share da carteira de crédito imobiliário do banco, que é líder de mercado no segmento, está em 69,30%.