Depois de indicado garantista, STF tira processos penais das Turmas
outubro 7, 2020A maioria dos ministros dos Supremo aprova mudanças das regras internas da Corte para que os processos penais deixem de ser julgados nas turmas (com 5 integrantes) e passem a ser decididos pelos 11 ministros em plenário.
A medida é recebida como uma manobra do presidente Luiz Fux para tentar mitigar o impacto da indicação do presidente Bolsonaro de um magistrado garantista para ocupar a vaga de Celso de Mello.
A indicação do desembargador Kássio Nunes Marques, do TRF1, foi apoiada pelos partidos de centro e pela ala mais garantista do STF. Fux, que é ferrenho defensor do combate à corrupção, não foi informado com antecedência e nem consultado sobre o nome. Marques tem defendido a necessidade de aparar excessos do combate à corrupção, em conversas com senadores. Parlamentares chegaram a se referir ao indicado como “ministro do Centrão”.
Todas as ações penais contra parlamentares e ministros de Estados e aqueles vindos de outras instâncias em forma de recursos ao STF, mesmo as que já estão em tramitação, serão julgadas pelo plenário a partir de agora.
Desde 2014, todas os processos penais eram julgados pelas turmas, depois de mudança no regimento interno do Supremo feita pelo então presidente Joaquim Barbosa. A mudança impacta frontalmente decisões individuais em casos criminais e julgamentos que enfrentavam impasse nas turmas, como os casos envolvendo o ex-presidente Lula e Lava Jato.