Covas, Russomanno, França, Boulos e companhia: como os candidatos à prefeitura de São Paulo investem
setembro 30, 2020SÃO PAULO – Se o eleitor paulistano dependesse do perfil de investidor dos candidatos à disputa municipal para decidir seu voto nas próximas eleições, seria missão praticamente impossível eleger um favorito.
A julgar pelo patrimônio declarado pelos principais candidatos de acordo com pesquisa do Datafolha divulgada em 24 de setembro, a assessoria financeira tem feito bastante falta no mundo político.
Considerando os bens declarados por Celso Russomanno (Republicanos), que liderou as intenções de votos nesta primeira pesquisa, pelo atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), por Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB), investimentos financeiros só foram declarados pelo último candidato mencionado. O ex-governador de São Paulo tem cerca de R$ 25 mil em aplicações, sem especificar quais são.
O patrimônio informado pelos quatro políticos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), como o candidato com menos recursos, com uma soma de R$ 15,4 mil correspondentes a um veículo Celta. Já Russomanno é o mais rico do grupo, com cerca de R$ 1,8 milhão declarado.
O atual líder da disputa destina 46% do patrimônio (ou R$ 820 mil) a participações em empresas. Do restante, 28% se referem a imóveis e 16%, a veículos.
Covas, por sua vez, alegou ter R$ 105 mil de patrimônio, a maior parte referente a um veículo Audi no valor de R$ 83,5 mil. De acordo com os dados enviados ao TSE, o candidato tucano tem ainda R$ 10 mil em espécie, R$ 4,8 mil em conta corrente e R$ 6,7 mil em uma caderneta de poupança.
Já França declarou bens no total de R$ 273 mil, sendo R$ 100 mil de participação em uma empresa; R$ 85 mil, de dinheiro em espécie; R$ 63 mil, de recursos em conta corrente; e os R$ 25 mil mencionados em aplicações financeiras.
Grupo dos milionários
Quando considerados os 14 candidatos potenciais à prefeitura, o maior patrimônio declarado foi de Filipe Sabará (Novo), que inclusive esteve recentemente no noticiário por ter retificado o total de bens, de R$ 15,7 mil para os atuais R$ 5,1 milhões.
Herdeiro do Grupo Sabará, indústria química, praticamente a totalidade do patrimônio representa participação em empresa. Apenas R$ 51 mil constam como aplicações financeiras, via XP Investimentos, sem detalhamento do produto.
Ainda entre os milionários da lista, Marina Helou (Rede) declarou bens no montante de R$ 2,24 milhões, dos quais R$ 2 milhões relativos a imóveis. Embora seja uma das candidatas mais novas, com 33 anos, ela é uma das poucas a ter um plano de previdência privada, no valor de R$ 78 mil no banco Itaú.
Para compor o “grupo do milhão”, Andrea Matarazzo (PSD) declarou ter patrimônio equivalente a R$ 1,5 milhão, com 90% do valor em cotas de sua empresa. O candidato tem ainda cerca de R$ 130 mil em uma conta em um banco na Itália.
Seis investidores
Sem incluir a caderneta de poupança na conta, são apenas seis os candidatos com algum tipo de investimento financeiro. Além dos casos já mencionados, Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, do Patriota, declarou ter R$ 6,6 mil aplicados em um CDB.
Jilmar Tatto (PT), por sua vez, tem R$ 5 mil em ações da Petrobras e R$ 46,1 mil em aplicações de renda fixa no Banco do Brasil.
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB) ainda reportou ter R$ 137 mil em um plano de previdência do tipo VGBL na Brasilprev.
Com patrimônio declarado de R$ 955 mil, Levy Fidelix, do PRTB, chama atenção, dado que metade do valor diz respeito a saldos a receber de empréstimos a terceiros. E nada menos que R$ 287 mil estão em uma conta poupança.