Conselheiro da IATA diz que aéreas não podem esperar vacina

Conselheiro da IATA diz que aéreas não podem esperar vacina

setembro 4, 2020 Off Por JJ

Passageiros com máscaras em aeroporto (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Passageiros com máscaras em aeroporto (Fernando Frazão/Agência Brasil)

(Bloomberg) — Para o conselheiro médico da Associação Internacional de Transporte Aéreo, ou IATA, o setor não pode se dar ao luxo de esperar por uma vacina.

Segundo David Powell, além de implementar o uso de máscaras, lavagem frequente das mãos e higienização de superfícies de constante contato, as companhias aéreas devem trabalhar com reguladores para introduzir sistemas confiáveis de teste de coronavírus para passageiros antes do embarque, a fim de recuperar a demanda por viagens.

“A proteção ideal é evitar pessoas infecciosas”, disse Powell em entrevista à Bloomberg News. “Precisamos de um teste que seja confiável e rápido o suficiente e que possa ser feito em grande número.”

No momento, é uma tarefa difícil. Fabricantes globais enfrentam desafios para atender à demanda de kits de teste para a Covid-19. E os múltiplos testes existentes podem muitas vezes semear mais confusão do que certeza.

No mês passado, Cingapura e China trocaram farpas após o governo chinês ter identificado passageiros com Covid em um voo do país insular. Cingapura disse que a maioria das pessoas em questão havia se recuperado, mas que poderiam “continuar a liberar fragmentos virais por semanas ou até meses”, levando a um resultado de teste positivo.

Com as viagens a negócios ou lazer praticamente inexistentes, as companhias aéreas fazem tudo o que podem para evitar o colapso. A IATA, que representa 290 operadoras globais, disse que o tráfego de passageiros não deve se recuperar antes de pelo menos 2024 e estima que as aéreas sofram perdas de mais de US$ 84 bilhões somente neste ano.

O avanço das pesquisas sobre o SARS-CoV-2 mudou a postura dos profissionais médicos. No início de fevereiro, quando a Covid-19 ainda era um grande ponto de interrogação, Powell havia dito que a melhor maneira de evitar a infecção era lavar as mãos frequentemente em vez de usar máscara. Em maio, a recomendação das máscaras se tornou universal.

“Reconhecemos que uma porcentagem dos casos de Covid podem ser assintomáticos”, disse Powell no início desta semana. “Essa é a razão para a mudança de posição.”

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