4 dicas para economizar nas contas de água e energia mesmo na quarentena
abril 29, 2020SÃO PAULO – Com a permanência constante das pessoas em casa por causa do isolamento social para reduzir a propagação da Covid-19, muitos consumidores podem sentir o aumento de determinados gastos domésticos.
“Como as pessoas geralmente trabalham fora o dia todo, acabam não tendo tempo para analisar o gasto com a energia utilizada em casa”, explica Octávio Brasil, gerente de Marketing da CAS Tecnologia, empresa de medidores inteligentes. Mas a situação agora é diferente, com parte da população em casa o dia inteiro.
Pensando nisso, o InfoMoney listou algumas dicas práticas de como economizar nos gastos de água e luz durante essa quarentena. Confira:
1. Uso consciente
Pode parecer batido, mas o uso consciente dos recursos naturais é a melhor forma de combater o desperdício e economizar na água e energia elétrica, e tal conceito ainda não está totalmente inserido na mentalidade do consumidor brasileiro.
Octávio Brasil explica que, ainda que os custos envolvendo a distribuição da energia elétrica no Brasil tenham subido ao longo das décadas, esse aumento não afetou o bolso do consumidor nacional a ponto de mudar hábitos de consumo. Para piorar a situação, no Brasil, o custo da água sempre foi baixo, o que implica em comportamentos de uso exacerbado e de desperdício.
“É batido, mas as pessoas precisam ter em mente essa relação direta entre o que está sendo gasto e o uso consciente das coisas. Apagar as luzes de cômodos vazios, usar a máquina de lavar uma vez na semana ao invés de lavar as roupas em ocasiões diferentes e prestar atenção nos equipamentos que consomem mais energia são coisas que podem diminuir a conta e evitar uso desnecessário de recursos”, explica Brasil.
2. Atenção na escolha de equipamentos
O especialista ainda argumenta que é importantíssimo o consumidor se atentar e tentar sempre comprar aparelhos que gastem o mínimo de energia possível.
O Selo Procel de Economia de Energia é uma medida criada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para etiquetar produtos que apresentam o melhor desempenho energético em sua categoria.
3. Entender a Tarifa Branca
Todos os consumidores brasileiros têm uma opção diferenciada de cobrança do consumo de energia elétrica: a Tarifa Branca, onde o valor da tarifa de energia varia de acordo com o horário do seu consumo. Para solicitar a mudança é preciso entrar em contato com a distribuidora correspondente por meio dos canais de atendimento.
Na prática, é uma mudança na cobrança da energia que beneficia aqueles que utilizam mais aparelhos eletrônicos fora dos grandes horários de pico de demanda energética.
O preço da energia, nos dias úteis, é dividido em três faixas horárias de consumo. No horário de ponta (17:30 às 20:30), a tarifa fica mais cara que a tarifa convencional. Nas horas que antecedem e sucedem esse horário de ponta, (16:30 às 17:30 e das 20:30 às 21:30), o custo também é maior.
Entretanto, fora do horário de ponta (21:30 até 16:30 do dia seguinte), a tarifa para o consumidor é mais barata se comparada à cobrada no modelo tradicional. Sábados, domingos e feriados contam como tarifa fora de ponta nas 24 horas do dia.
O especialista diz que tal mudança na cobrança pode beneficiar muito os consumidores que se atentarem ao uso maior durante esses períodos de menor cobrança, mas pode ser prejudicial aos que mantiverem o uso durante os horários de ponta.
“Estima-se em média uma economia de 17% na conta para quem se atenta ao uso durante a faixa de menor preço. A Tarifa Branca pode ser muito interessante em residências e pequenos comércios”, explica Brasil.
Ele pondera que o prejuízo para quem não se atentar ao consumo pode ser bem significativo e pegar o consumidor de surpresa. Segundo dados da CAS Tecnologia, se o consumo de energia elétrica se concentrar durante o horário de ponta, a tarifa pode ficar até 83% mais cara.
Brasil acredita que cada consumidor deve ponderar bem e colocar na ponta do lápis se tal alternativa de cobrança funciona e faz sentido no seu consumo diário de energia.
4. Cuidados com as estruturas e reutilização
Brasil diz que é fundamental que o consumidor saiba que suas estruturas de encanamento estão funcionando bem e sem nenhum problema de vazamento ou algo do gênero. O especialista também indica cuidado com a pressão da água, já que uma maior pressão pode significar uma maior vazão e aumentar o gasto.
Outro ponto que pode fazer com que a conta de água venha menor é o adotar o costume de reutilizar a água sempre que der e for possível. Por exemplo, na hora de lavar um quintal, área externa ou até mesmo banheiros, prefira utilizar a água da maquina de lavar ao invés de gastar mais água.
5. Medição individualizada da água e pensamento no coletivo
Quem mora em edifícios geralmente se preocupa menos com o recurso, porque o valor da conta de água é compartilhado entre todos os moradores. Porém, essa conta gera resultados ruins no cenário mais ampliado. O gasto com água é a segunda maior despesa dos condomínios – em torno de 15% em média, abaixo apenas de mão-de-obra e encargos.
Brasil defende que uma das ideias para evitar grandes desperdícios é individualizar o gasto de água por apartamento, onde cada condômino paga o que consome. Para o especialista, a forma de dividir a conta de água igualmente para todos é até de certa forma injusto, já que muitos pagam pelo consumo dos outros.
“Por exemplo, vamos pensar que em um apartamento more uma pessoa sozinha e no apartamento do lado more uma família de seis pessoas. No fim do mês, a conta de água de ambos será a mesma, ainda que, claramente, a família com mais pessoas tenha gastado mais”, argumenta.
O especialista explica que a Lei nº 11.445 estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, para tornar obrigatória a medição individualizada do consumo hídrico nas novas edificações condominiais. Todos os empreendimentos entregues de 2021 em diante devem vir com equipamentos para a medição individual do consumo de água.
Ainda assim, muitos prédios já entregues não contam com tal medida e talvez nunca tenham esse tipo de equipamento instalado. Logo, para Brasil, moradores de condomínios precisam se conscientizar pelo coletivo se quiserem pagar contas menores.